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Pronto: já não falta mais nada para o senador Osmar Dias correr para o abraço com o presidente Lula, com a ministra Dilma Roussef e com o PT do Paraná. O empurrão que faltava era a decisão oficial do diretório estadual do PSDB que, reunido ontem, decidiu que, "preferencialmente", terá candidato próprio ao governo em 2010.

Este "preferencialmente" colocado no texto do comunicado tucano pode ser traduzido com mais clareza assim: de preferência, Osmar Dias e o PDT deixam de figurar nos planos do PSDB porque a preferência do partido agora é fortalecer o projeto nacional de eleger o presidente da República.

Como previsto, os cardeais tucanos presentes à reunião evitaram tomar decisões definitivas quanto ao futuro e quanto a nomes de candidatos que o partido poderá chamar de próprios. Mas dois deles (ou os únicos que se dispõem ao "sacrifício") estavam no encontro: Alvaro Dias e Beto Richa.

Alvaro não escondeu sua pretensão de ser o candidato e só não apresentará seu nome se uma pesquisa, que fará em julho, mostrar ser inviável. Richa continuou usando a técnica que lhe é, no momento, mais adequada. Ele quer ganhar tempo e, por isso, acha mais prudente que qualquer definição de nome passe, antes, pela construção de uma grande aliança partidária.

Provocado pelo deputado federal Affonso Camargo, que pediu a Beto mais clareza quanto ao seu desejo de sair candidato, o prefeito respondeu que "não jogará fora 28 meses de mandato" na prefeitura se não tiver segurança quanto às suas possibilidades de vitória. Tradução: ele quer mesmo ser candidato; só precisa de tempo para se definir publicamente – em detrimento, claro, do antigo aliado Osmar Dias.

O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, foi encarregado de "colocar o guizo no pescoço do gato". Tão logo terminou a reunião, telefonou para Osmar Dias para relatar os resultados, tomando os cuidados devidos para manter acesa a chama de uma possível – mas agora já não mais vislumbrada – reaproximação.

Está evidente que nada do que o PSDB decidiu ontem combina, no entanto, com o interesse do senador. Assim, pelo que se vê, não demorará muito para que ele aceite a preferência – olha aí outra vez a palavra! – de Lula para ser o seu candidato no Paraná. Provavelmente com o apoio de Requião, ávido por uma dobradinha que lhe garanta a eleição para o Senado – mas esse já é um outro capítulo.

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Fatos relevantes da Sanepar

A propósito da nota "Stênio fala demais e é ameaçado pela CVM", publicada ontem, o presidente da Sanepar, Stenio Jacob, enviou resposta. Para quem não leu: a coluna informava que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) processa Stenio porque, contrariando legislação, ele anunciou na "escolinha", em maio de 2007, um plano de investimentos da companhia antes de informar o mercado por meio da obrigatória publicação de um "Fato Relevante". A coluna registrou que o então diretor de Relações com Investimentos se negou a publicar o Fato Relevante com os números citados por Stênio por serem falsos.

A resposta de Stênio está vazada em quatro itens: "1) não compete à CVM tirar ou pôr alguém na presidência da Sanepar, sendo esta uma atribuição exclusiva do maior acionista da companhia, no caso o governo do Paraná; 2) os números apresentados não eram falsos, como frisado na sua coluna, mas representavam sim uma projeção dos investimentos para 2010; 3) a divulgação não teve qualquer tipo de reflexo no preço e no volume de negócios das ações da Sanepar; 4) os números projetados foram publicados, como fato relevante, pela imprensa, em agosto de 2007.

Há imprecisões na nota de Stenio: 1) a CVM, de fato, não nomeia, mas pode invocar a lei que manda afastar administradores que transgridem as regras do mercado de capitais; 2) a projeção apresentada na "escolinha" teve de ser refeita, pois os números não batiam com a realidade; 3) por sorte, não houve reflexo na cotação das ações; 4) o "Fato Relevante" foi publicado quatro meses depois, com valores muito inferiores, porque os citados por Stênio eram falsos.

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Olho Vivo

Luzes

A Assembléia aprovou ontem requerimento do deputado Luiz Carlos Martins (PDT) em que pede informações sobre investimentos do governo, nos últimos três anos, no Simepar, instituto encarregado das previsões meteorológicas do Paraná. Martins está preocupado com a queda de confiabilidade do serviço que vem sendo detectada por cooperativas agropecuárias.

Escuro

"Continuamos no escuro", disseram ontem, a respeito de nota publicada pela prefeitura em blogs da internet, os especialistas que acompanham o processo de licitação para contratação de empresas para cuidar da iluminação pública. Eles recomendam a atenção do Ministério Público.

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"É necessário criar mecanismos que dificultem que as empresas que recebem benefícios fiscais trilhem, em época de crise, o caminho fácil da demissão dos trabalhadores."

Do deputado Luiz Cláudio Romanelli, líder do governo na Assembleia, sobre o projeto de Requião que, nesses tempos de crise, condiciona a concessão de incentivos a empresas à manutenção de empregos, mas não diz o que fazer com os desempregados de empresas que fecham por falta de incentivo.

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