Quem conhece de perto o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, sabe que o "alemão" é daqueles que não temem externar opiniões próprias, ainda que contrariem a orientação do governo ou as ideias de colegas do governo. Como deputado do PMDB, também não teme enfrentar decisões do partido. Costuma ser claro e firme na defesa de suas próprias posições, em público e em particular.
Os exemplos são muitos. Dentre eles se conta o debate de tons radicais que faz com o colega do Meio Ambiente, Carlos Minc, em torno da proposta da nova Lei Ambiental. Stephanes ficou a lado dos agricultores, ameaçados pelo exagero das limitações à atividade agrícola previstas no projeto. "Sou ministro da Agricultura e não ministro com a cara deste ou daquele governo", disse ele em entrevista a um jornal de São Paulo semana passada.
Também foi claro em colocar-se, ao lado do ministro da Justiça, Nelson Jobim, contra uma das partes mais polêmicas do projeto de Direitos Humanos do governo, que prevê a revisão da Lei da Anistia e punição aos acusados de torturadores durante o regime militar.
No campo da política paranaense, foi igualmente taxativo: em vez do candidato do partido, Orlando Pessuti, apoia o pedetista senador Osmar Dias para o governo do estado.
Quem estiver interessado em ouvir de Stephanes mais opiniões polêmicas tem hoje outra oportunidade: ele vai falar para produtores rurais na sede da Federação da Agricultura (Faep) a partir das 14 horas. Em seguida, dá entrevista coletiva.
O grego inconformado
O governador Roberto Requião já homologou o resultado da licitação internacional para a compra da draga vencida pela empresa Global Connection. A Appa vai pagar ao vencedor a exata importância de R$ 46.641.658,00 valor mais alto do que o pedido pela Interfabric Indústria e Comércio, do grego Georges Pantazis, que ofertara draga semelhante.
Todos os indícios preliminares apontavam que o negócio estava destinado a Pantazis, mas o vazamento de informações neste sentido obrigou o governo a mudar o rumo dos acontecimentos. Inconformado, o empresário tenta agora impugnar o resultado da concorrência. Suas alegações não foram aceitas pela Appa, que afirmou terem elas sido apresentadas fora do prazo. O próximo passo agora é apelar para a Justiça.



