Os especuladores que esperavam ganhar milhões comprando ações da Sanepar, voltaram nesta segunda-feira (13) a botar um pouco de fé nos papéis da companhia. Na semana passada, entre quarta-feira e sexta, eles venderam na bacia das almas as ações que detinham. Eles estavam frustrados com a proposta da Agepar (Agência Reguladora do Paraná) de dividir em oito anos o aumento de 25,7% nas tarifas de água e esgoto.
Por isso, em apenas dois dias, a cotação das ações da Sanepar caiu de R$ 14,50 para R$ 11,40 – diferença negativa de 20% que, pelo volume atípico de vendas, gerou um prejuízo para os investidores da ordem de R$ 1,2 bilhão. O problema seria só deles, especuladores, se a desvalorização não atingisse também as ações que pertencem ao governo estadual – acionista majoritário da estatal de saneamento. Em outras palavras, o patrimônio pertencente ao estado também foi repentinamente desvalorizado na mesma proporção.
Informação privilegiada teria protegido grupo de acionistas de queda nas ações da Sanepar
No pregão desta segunda-feira, porém, os investidores voltaram a comprar um pouquinho, ajudando a recuperar o papel em 5,5% (R$ 12,00). A alta modesta pode ter explicação: há sinais de que, para não perder toda a credibilidade que a Sanepar tinha alcançado no mercado – suas ações chegaram a ser apelidadas de “queridinhas da bolsa” –, o governo reduza o parcelamento do aumento de oito para quatro anos.
Com isso, adivinhe quem vai pagar a conta! Isto mesmo, os consumidores, que nos próximos quatro anos terão de arcar com aumentos em valor duplicado. Os paranaenses ficarão sabendo disto até no máximo dia 1.º de abril, quando devem entrar em vigor o novo índice de aumento e a fórmula de parcelamento a serem decretados pelo governador Beto Richa.
Fora isso, uma curiosidade que comprova o prestígio que os papéis da Sanepar já tiveram: um certo Freely Fund possuía 2,9 milhões de ações e teve de transferi-las para outro fundo com sede no Uruguai como forma de “esquentar” dinheiro de propina do ex-governador fluminense Sérgio Cabral, atualmente hóspede do presídio de Bangu, no Rio.



