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As gigantescas manifestações populares do último domingo, mais do que um grito de guerra contra a corrupção e um apelo para tirar Dilma Rousseff da Presidência, representaram claramente a falência dos partidos e o descrédito dos políticos que aí estão.

PRESENTE: Richa recebeu de presente a lista tríplice do MP

CODORNA: em meio a caos político, deputado propõe o Dia da Codorna

A multidão que gritou “fora Dilma”, “fora Lula” e “fora PT” foi a mesma que escorraçou Aécio Neves e Geraldo Alckmin, líderes do PSDB, que oportunisticamente tentaram tirar proveito do suposto clima favorável que a Avenida Paulista lhes apresentava. Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, do PMDB, ficaram mudos em seus cantos, mas nem por isso foram poupados pela turba.

Queiramos ou não, são eles – Dilma, Lula, Aécio, Alckmin, Temer, Cunha e Renan, assim como seus respectivos partidos e associados – que comandam a República hoje em dia, e é lamentável não se ver no horizonte gente “melhor” e mais capaz (aliás, capazes de tudo) para assumir as rédeas da Nação. Não se enxerga a curto prazo nem mesmo uma improvável solução messiânica para tirar o Brasil da enrascada política e econômica em que se afundou.

A visão pode parecer pessimista, mas a realidade fala por si. Quem? O radical Bolsonaro, aclamado por uns poucos, poderia ser solução? Intervenção militar? Propostas imbecis como as de instituir um semiparlamentarismo ou um semipresidencialismo seriam as saídas?

Ah! Ok! Neste momento, tudo indica, o melhor a fazer é impichar a presidente e ver no que dá. O que dá, neste caso, já se sabe: é ver Temer na Presidência mexendo o caldeirão para acomodar a todos – incluindo Cunha, Renan & companhia. Com um agravante: dando a impressão de que as coisas foram resolvidas e que a Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro já podem ser dispensados.

O que temos, é triste dizer, é um país com falta de lideranças novas e sérias. Falta-nos a geração cuja formação e crescimento foram castrados pelo regime militar. E o resultado é o baixíssimo nível intelectual e moral que hoje vige nas instâncias políticas, habitadas pelos mesmos carcomidos políticos que já mandavam há 40 anos ou por seus herdeiros de método.

Salvo pela admirável energia positiva que emerge das ruas, o Brasil parece fazer um voo cego. Órfão de rumo visível.

olho vivo

Presente do MP 1

O governador Beto Richa recebeu de presente a lista tríplice votada ontem no Ministério Público para escolha do novo Procurador Geral de Justiça, em substituição ao atual, Gilberto Giacoia. Felizmente (para Richa) o vencedor, com 473 votos, foi o procurador Ivonei Sfoggia. Em segundo ficou o procurador Cláudio Esteves (284 votos). A promotora Fernanda Garcez ficou em terceiro (274).

Presente do MP 2

Sfoggia obedece à liderança do procurador Olympio Sotto Maior, que maneja com habilidade o jogo político interno do MP como se estivesse no comando de um joy-stick. A assunção do novo procurador-geral, que toma posse no fim do mês para um mandato de dois anos, consagra a permanência que já dura 20 anos do mesmo grupo à frente da instituição.

Presente do MP 3

Embora não fosse obrigado a nomeá-lo caso Cláudio Esteves tivesse figurado em primeiro lugar, Richa sofreria algum constrangimento se não o fizesse. É que Esteves, quando promotor em Londrina no ano passado, foi quem abriu a Operação Publicano – aquela que desvendou o esquema milionário de propinas na Receita Estadual e que levou à cadeia o primo distante Luiz Abi e o co-piloto Marcio Lima. Tê-lo agora como procurador-geral não seria uma boa ideia.

Codorna

Enquanto o circo pega fogo no país, deputados estaduais dedicam seu tempo a propor projetos de duvidosa serventia. Na sessão de ontem, por exemplo, o presidente da Assembleia, Ademar Traiano, apresentou um que inclui no calendário o Dia do Frango com Polenta e Codorna, comemorado em Chopinzinho, no Sudoeste. Outro parlamentar quer conceder a Curitiba o título de Capital Nacional da Lava Jato. Pergunta-se: no que eles ajudam a melhorar a vida do povo?

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