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Apesar de o Paraná já estar emancipado de São Paulo há mais de 150 anos, continuamos sofrendo forte influência da política daquele estado, seja pelo seu poderio econômico, seja por sua força de comunicação.

É o que demonstra outra vez a política paranaense, atrelada neste momento ao que se passa com a candidatura presidencial do governador José Serra. Todas os quatro principais personagens da política paranaense, o governador atual e os três candidatos da oposição, têm suas estratégias baseadas em capturar, preferencialmente de forma hegemônica, o apoio de Serra em favor de suas pretensões.

Este lance influencia também diretamente o destino dos satélites aos quatro personagens, como é o caso do peemedebista Orlando Pessuti, do PT e dos candidatos ao Senado.

Vejamos a atuação de cada um. Os dois candidatos tucanos – Beto Richa e Alvaro Dias – principalmente o primeiro, fazem brutal esforço para demonstrar seu poderio eleitoral a Serra, que chega amanhã a Foz do Iguaçu para o seminário nacional do PSDB sobre o agronegócio. Ambos acenam com a estratégia de que podem angariar o apoio do PMDB, importante por sua capilaridade no estado e porque este partido, via Orestes Quércia, já estar fechado com Serra.

Alvaro parece já ter feito ligação direta com Roberto Requião e com os articuladores que gravitam em volta do governador. Beto respondeu com a filiação de Sâmis da Silva, cujo pai, embora cassado mas gozando de um efeito suspensivo, é lider histórico do PMDB no Oeste.

Alvaro anuncia que a ligação se dará por orientação nacional, costurada por Sergio Guerra, Tasso Jereissati e o próprio Serra.

Beto perdeu articuladores como Euclides Scalco e outros menos votados. Substituiu-os pelos conselheiros do Tribunal de Contas Hermas Brandão e Heinz Herwig, que passaram a exercer forte influência sobre o prefeito. Sua estratégia, em primeiro lugar, é afastar Alvaro da disputa interna; em segundo, atrair Requião oferecendo-lhe a tranquilidade da eleição ao Senado. Os dois conselheiros querem o deputado Alexandre Curi ocupando a posição de vice na chapa.

Osmar Dias, embora ainda tenha a opção de se amarrar ao PT da presidenciável Dilma Rousseff, também não deixa de conversar com Serra. Quer que ele se decida logo pelo seu nome, argumentando que, se o fizer, o governador paulista terá no Paraná forte palanque no interior e um grande cabo eleitoral em Curitiba, com Beto Richa mantendo-se na prefeitura. Deixará o PT sem candidato viável e ainda agregará um forte candidato tucano ao Senado, o deputado Gustavo Fruet.

E o que fará Serra amanhã na grande festa tucana do agronegócio? Vai telefonar para Requião para avisá-lo de que está no estado, terá Alvaro e Beto permanentemente à sua mão esquerda e direita; fará elogios públicos a ambos; e também não esquecerá de elogiar o governador mineiro Aécio Neves, que estará sentado à mesa de honra.

Mas... quanto a qualquer definição, nada se espere agora de Serra. Deixará os políticos da província no sol e no sal mais um bom tempo até saber com segurança de onde sopram os ventos e o que é melhor para sua agenda política de presidenciável.

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Olho vivo

Por quê?

Trabalhando para viabilizar sua candidatura ao Senado nas eleições 2010, o deputado federal Ricardo Barros (PP), ex-prefeito de Maringá, está de olho nos votos de Curitiba. Foi à comemoração dos 23 anos da Federação das Associações de Moradores de Curitiba e Região Metropolitana (Femoclam) e saiu de lá com uma declaração de apoio da entidade. A Femoclam já teria endereçado pedido às suas 1.400 filiadas para que trabalhem por Barros.

Criminalidade

O deputado Mauro Moraes (PMDB), presidente da comissão de Segurança Pública da Assembleia, é outro que estranha a prioridade estabelecida pelo secretário Luiz Fernando Delazari em prender motoristas com carteiras suspensas. Ele lembra que, por falta de pessoal, a polícia paranaense não consegue cumprir os 50 mil mandados de prisão expedidos pela Justiça. Os condenados que estão aí soltos é que fazem parte das estatísticas de criminalidade no estado.

Com atraso

Na semana passada, o governo do estado perdeu na Justiça uma ação promovida por funcionária pública que requereu licença-maternidade de seis meses – direito que já dado pelo governo federal. Na Assembleia já tramita projeto do PT instituindo essa licença, mas a base governista impede sua votação. Agora, porém, o governador informa que mandará projeto do Executivo propondo a mesma medida.

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