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"Quero vacinar a Assembléia contra quaisquer projetos que tenham contornos da síndrome de Hugo Chávez."

Do líder da oposição na Assembléia, deputado Valdir Rossoni, anunciando a intenção de recorrer à Justiça para barrar a lei que dá carta branca do governo para criar novos cargos.

Enfim, o Paraná garantiu seu lugar no Ministério da Agricultura: assumirá a pasta o deputado Odílio Balbinotti, do PMDB, cujo nome foi confirmado no fim da tarde de ontem pelo Palácio do Planalto.

Trabalhou muito para a indicação de Balbinotti o ex-deputado José Borba, que renunciou ao mandato para não ser cassado por seu envolvimento no "mensalão". Embora sem mandato, Borba manteve a influência. O futuro ministro contou também com a ajuda do governador Roberto Requião, que fez de tudo para evitar que o senador Osmar Dias – o nome preferido de Lula – fosse o ungido para o cargo.

O apoio de Requião guarda algumas ironias. Crítico do agronegócio e empedernido combatente dos transgênicos, o governador acabou favorecendo um dos maiores expoentes tanto do agronegócio como dos transgênicos.

Balbinotti, membro da bancada ruralista, é dono da maior empresa nacional de sementes – a Adriana – e destina mais de 30% dos 29 mil hectares de suas fazendas para a exclusiva produção de sementes modificadas. Segundo ele, "os transgênicos não contribuem significativamente para rentabilidade da empresa, mas é preciso acompanhar esse mercado para atender à demanda proveniente do produtor".

Como deputado federal, Odílio Balbinotti figura na lista dos mais faltosos. Segundo levantamento feito na Câmara Federal, ele compareceu a apenas 67,4% das sessões deliberativas da Legislatura encerrada em 2006. Foi um dos seis parlamentares paranaenses que estiveram ausentes a mais de 25% das sessões. Na última eleição para a presidência da Câmara, votou em Chinaglia – e não no conterrâneo Gustavo Fruet.

Mulheres disputam o espólio

Duas mulheres se alvoroçam dentro da Sanepar para ocupar importantes espaços que estão se abrindo dentro da empresa. Na seqüencia da retirada de Sérgio Botto do Conselho de Administração, de outros diretores e de vários conselheiros, dão como certo de que o enfraquecido presidente Stênio Jacob também será logo afastado. O espólio é imenso.

Para a vaga de presidente, a candidata declarada é a atual diretora de Meio Ambiente e Assuntos Comunitários, Maria Arlete Rosa, que conta com o apoio do líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli, e do companheiro de militância Doático Santos. Para ocupar a diretoria Jurídica, vaga com a demissão de Rogério Distefano, trabalha a advogada Flávia Mazur. A seu favor, movimentam-se o ouvidor-geral Luiz Carlos Delazari e o filho, secretário sub judice da Segurança, Luiz Fernando Delazari.

Olho vivo

Alvaro 1 – Personagem muito ligado ao "staff" de Alvaro Dias contesta os boatos de que o senador estaria propenso a se filiar ao PMDB. "Não tem cabimento essa história", diz ele, dando uma nova interpretação a respeito dos movimentos de Alvaro na direção de uma reaproximação com o seu antigo algoz, o governador Roberto Requião.

Alvaro 2 – Na verdade, segundo a visão do privilegiado observador, Alvaro trabalha é para conquistar a presidência regional do PSDB, derrotando o atual comandante, deputado Valdir Rossoni, e o grupo dos tucanos que prefere militar na oposição ao governo estadual. Então, para conquistar os votos da fatia formada pelos "tucanos de bico vermelho", tornou-se oportuno se reaproximar de Requião.

Alvaro 3 – Não é pequena a força dos tucanos requianistas. Além do agora conselheiro Hermas Brandão, cinco deputados da bancada estadual controlam dezenas de diretórios municipais, capazes de garantir a eleição de Alvaro e derrotar Rossoni na convenção marcada para setembro. Daí a razão dos afagos que o senador anda distribuindo na ala requianista.

Alvaro 4 – Alvaro Dias pensa ainda mais longe. Se controlar o PSDB, pode dar sobrevida ao sonho de voltar ao Palácio Iguaçu como candidato do partido. Que, por sua vontade, seria aliado estratégico do PMDB, que por sua vez lançaria Requião para o Senado. Ambos, então, formariam uma "dobradinha" que o senador considera invencível.

Alvaro 5 – Por conta desse plano é que os deputados dissidentes – o que inclui o secretário Nélson Garcia – já teriam desistido de pedir desligamento do PSDB, conforme diziam antes de o partido tomar a deliberação de atuar na oposição. Preferem desafiar a direção, na esperança de que não serão expulsos.

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