Se os vereadores de Curitiba obedecerem a orientação superior de seus respectivos partidos, pelo menos 13 dos 38 que compõem a Câmara Municipal estão, em tese, comprometidos com o trabalho de passar a limpo as denúncias de gastos excessivos com publicidade, favorecimentos a familiares e outros desvios de que é acusado o presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso.
Além das duas bancadas de oposição (PT e PMDB) que já se posicionaram a respeito e que, em conjunto, dispõem de cinco vereadores, outros oito podem se juntar a eles se seguirem o que a direção de suas legendas manda. Nesse caso estão os dois vereadores do PPS, os três do PDT, os dois do PV e o único do PSC. Na soma, portanto, são 13.
Esse número é pouco mais que o terço de assinaturas exigido para a instalação de uma Comissão Processante à qual, pelo regimento interno, cabe investigar e decidir sobre denúncias contra vereadores acusados de ferir o código de ética e decoro parlamentar.
Um dos dois vereadores do PPS é Renata Bueno, filha do deputado Rubens Bueno, presidente estadual do partido e seu secretário-geral nacional. No início da semana, ele protocolou na Câmara pedido de informações a respeito das denúncias e exigiu a apresentação de documentos da aplicação de R$ 31 milhões em propaganda intermediada por duas agências, uma delas de propriedade da mulher do presidente Derosso. Com as informações na mão, Rubens pretende propor ação popular ou pedir ao Ministério Público que ingresse com uma ação civil pública.
Na contabilidade do líder da oposição na Câmara, vereador Algaci Túlio, este fato levará a vereadora Renata a assumir posição em favor das investigações, muito embora seu partido compartilhe a administração municipal (a Urbs é presidida por um filiado do PPS). Zé Maria, o outro vereador do PPS, também entrou na contagem.
O PSC, o PV e o PDT também já se posicionaram. Hoje, às 9 da manhã, representantes desses partidos vão entregar ao Ministério Público de Contas documento em que pedem, caso o Tribunal de Contas confirme as denúncias, que seja cassado o mandato de Derosso e declarada a sua inelegibilidade por oito anos. Igual documento será levado também ao Ministério Público Estadual e à OAB-PR. Ao meio-dia, com a presença de associações e várias entidades sindicais, farão manifestação defronte à sede da Câmara.



