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"Governo libera mais R$ 28,6 milhões para aquisição de remédios especiais."

Título de matéria distribuída ontem pelo governo. somando-se os títulos de todas as demais matérias divulgadas desde o dia 19 de abril, o governo destinou em 40 dias a (literalmente) inacreditável soma de R$ 74,8 milhões para remédios. Agora só falta fazê-los chegar aos doentes.

O presidente do Conselho de Administração da Sanepar, Pedro Henrique Xavier, corrige informação publicada ontem nesta coluna de que teria preferido entregar ao vice Orlando Pessuti o pedido de aumento de 11% da tarifa de água. Não. O pedido foi endereçado ontem, por ofício, ao governador titular, Roberto Requião. "Seria grosseiro da minha parte enviar o ofício ao vice sem a apreciação do governador", esclarece PHX.

O conselheiro, no entanto, confirma que, de fato, dirigiu-se ao vice-governador mas por outro motivo: foi pedir autorização para o que definiu como "retomada" das obras da Barragem de Piraquara 2, financiada com recursos do Paranasan.

Outras fontes da Sanepar informam que, na verdade, o pedido encaminhado por PHX a Pessuti tem a ver com um pagamento de R$ 5 milhões requerido pela construtora Itaú, em fins do ano passado. A empreiteira alega ter prestado serviços não previstos no projeto de engenharia da barragem.

Embora legalmente não pudesse fazê-lo, os serviços extra-projeto foram autorizados pelo então gerente do Paranasan, José Roberto Zen, que se encarregou pessoalmente de defender o pedido da empreiteira perante o Conselho da Sanepar.

Essa foi a gota d’água que levou o então presidente do colegiado, Sérgio Botto, a pedir a destituição de Zen. Zen de fato acabou afastado do Paranasan, mas no mesmo dia assumiu cargo de assessor do diretor de Investimentos, o primo Heitor Wallace de Mello Silva.

O pleito de R$ 5 milhões da Itaú só voltou a ser discutido nas últimas semanas pelo Conselho, tendo como porta-voz exatamente o diretor Heitor Wallace.

Em tempo: a Itaú tem outro pedido em andamento, de R$ 40 milhões – valor curiosamente idêntico ao suplemento pleiteado pela Pavibrás pelas obras no litoral (fora os R$ 41 milhões já pagos).

Paranaguá a ver navios

Ao contrário do que propagandeia do governo, muita gente afirma que o desempenho do Porto de Paranaguá só piorou nos últimos quatro anos e cinco meses. Números oficiais, comparando o que ocorria em 2003 com o que acontece hoje, podem facilmente dissipar a dúvida. Eles mostram que todos os demais portos do país cresceram em volume de cargas nesse período; o de Paranaguá diminuiu.

Há, porém, um dado absurdo que se soma ao estilo administrativo que impera no terminal e que é responsável pelas perdas em movimentação. Trata-se do valor dos investimentos feitos pelo governo federal em portos. Em dois anos, a União destinou nada menos de R$ 300 milhões para a modernização de dez portos. Santos, por exemplo, recebeu R$ 89 milhões; Itajaí, R$ 47,3 milhões; São Francisco do Sul, R$ 33,3 milhões.

Sabe quanto recebeu o Porto de Paranaguá do governo federal? Zero! Isto mesmo: nenhum centavo.

Não foi por falta de oferta: em 2003, o governo do Paraná recusou R$ 180 milhões a fundo perdido que a União já havia empenhado para a construção do Cais Oeste. Teria sido o porto mais bem contemplado, e as obras, a essa altura, já estariam concluídas. Ficamos a ver navios.

Pinga-fogo

Tá perto 1 – O Supremo Tribunal Federal está bem perto de selar o destino do secretário sub judice da Segurança Pública Luiz Fernando Delazari. Há um mês ele entrou com mandado de segurança no STF para manter-se no posto de secretário sem precisar abdicar da função de promotor público. A lei diz que não pode: promotores, mesmo em licença (como é o seu caso), estão impedidos de ocupar cargos no Executivo.

Tá perto 2 – Ontem chegou ao STF a última informação pedida pelo ministro relator Celso de Mello para amparar sua decisão final e irrecorrível. Trata-se de certidão expedida pelo Tribunal de Justiça do Paraná dando conta da deliberação de cassar a liminar que concedia a Delazari o direito de se licenciar do Ministério Público para continuar na Segurança Pública.

Tá perto 3 – A palavra final do STF está prestes a acontecer. Nunca se sabe o que vai sair da cabeça de um juiz – mas tudo leva a crer que Celso de Mello concordará com os argumentos do TJ paranaense e do Conselho Nacional do Ministério Público – isto é, vai mandar Delazari optar por um dos cargos. Informa-se que ele pretende renunciar ao cargo de promotor – que lhe rende R$ 24 mil vitalícios – para ficar secretário. Tem gente com a pulga atrás da orelha se perguntando: por quê?

Pescoço – Outro que continua com o pescoço a prêmio é o deputado Reinhold Stephanes Jr. O PMDB quer expulsá-lo do partido e confirma que, na segunda-feira, vai ouvir a opinião dos líderes Luiz Cláudio Romanelli e Waldyr Pugliesi. O parlamentar ousou, na última terça-feira, desgarrar-se da manada que obedece cegamente o pastoreio da bancada governista e votou a favor da criação da Comissão Especial que investigará irregularidades na aplicação de verbas de propaganda no governo estadual.

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