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Começou aquela história de todas as campanhas eleitorais. É sempre assim: "Se a eleição fosse hoje, o candidato Fulano venceria com x% dos votos e, em segundo lugar, ficaria Beltrano com...". Pois é: saiu no sábado o "Ibope da largada"*, contratado pela a rádio CBN. Segundo a pesquisa, num dos cenários prováveis para o 7 de outubro, o pedetista Gustavo Fruet venceria o pleito com 32% dos votos; em segundo lugar viria Ratinho Jr. (PSC), com 27%; e, em terceiro, Luciano Ducci (PSB), com 18%.

Em outro cenário, no qual, além dos três citados, figuram outros pré-candidatos, as contagens mudam assim: Fruet, 26%; Ratinho, 24%; Ducci, 16%; e Rafael Greca (PMDB), 7%. Dr. Rosinha (PT) aparece com 4% e Renata Bueno (PPS) com 2%. Nos dois cenários, as diferenças para a soma de 100% são contabilizadas para os eleitores ainda indecisos ou que pensam votar em branco ou nulo.

Os resultados surpreenderam os analistas, que esperavam ter dado frutos o enorme esforço que o governador Beto Richa empreendeu em favor do seu preferido, Luciano Ducci, justamente às vésperas e nos dias em que as entrevistas foram feitas. Ao contrário, a posição do prefeito nesta rodada até piorou em relação à sondagem de maio do ano passado**, também do Ibope, que lhe dava 23% das preferências.

Muito embora outros fatores possam pesar para a definição do quadro real de candidatos a partir das convenções de junho, o primeiro Ibope de 2012 certamente surgiu numa hora boa para consolidar a candidatura de Ratinho Jr., tantas vezes posta em dúvida face às alianças ainda frágeis que tenta construir. Em sentido oposto, Greca não subiu o suficiente (de 7% em maio de 2011 cresceu para 11% no seu melhor cenário, num em que Ratinho Jr. não foi incluído) para aplacar o fogo que arde no próprio PMDB, alimentado por uma ala que devota maior simpatia por Ducci.

Não se pode dizer, ainda, que a manutenção em primeiro lugar coloque Gustavo Fruet em zona de conforto. Sob a ponte dos seis meses que faltam para o dia da eleição, muita água ainda vai rolar – o que inclui, com toda a certeza, a multiplicação de providências para colocar Luciano como um competidor a ser eleitoralmente respeitado.

Futuro em jogo

O governador não joga só no presente. Ele enxerga o próprio futuro, com data marcada para outubro de 2014, quando concorrerá à reeleição tendo como provável adversária a ministra Gleisi Hoffmann (PT). Portanto, para Richa, ganhar a eleição em Curitiba é como fazer uma reserva de capital para gastar daqui a dois anos. Daí se esperar o surgimento de estratégias mais eficazes do que despejar recursos e tentar transformar a dupla Beto/Ducci em irmãos siameses.

Mas se as próximas prospecções demonstrarem que Luciano Ducci não tem potencial para vencer a parada, os leitores estão desde já convidados a anotar em seus caderninhos: Richa logo poderá achar conveniente desembarcar da canoa do prefeito e pular para a de Ratinho Jr., ou no mínimo, dar um jeito de fazer dele o vice. O que o governador não absorve é o risco de ver como vencedor Gustavo Fruet, o candidato que um dia rejeitou.

Segundo turno

O cenário mostrado pelo Ibope leva à perspectiva de uma eleição em dois turnos, já que todos os candidatos ficaram longe de alcançar maioria superior a 50%. Por isso, é importante saber como o eleitorado se dividiria no segundo turno caso se configure um desses três cenários:

Se a disputa se der entre Ducci e Fruet, este faria 46% e o primeiro, 27%.

Ratinho Jr. teria 41% num confronto direto com Ducci, que ficaria com 32%.

Mais apertado seria entre Fruet e Ratinho, com 42% e 36% respectivamente.

Rejeições

Quando se lê outra parte reveladora da pesquisa Ibope, aquela que trata dos índices de rejeição, fica ainda mais clara a tendência atual do eleitorado curitibano. O instituto perguntou aos 812 entrevistados em qual dos candidatos "não votariam de jeito nenhum".

Nesse quesito, Rafael Greca emplacou o primeiro lugar: 49% dos eleitores se recusariam a votar nele. Como segundo pior colocado aparece Luciano Ducci, com 32% (em 2011, quando ainda não era conhecido, sua rejeição era de 19%). Ratinho Jr. seria rejeitado por 28% e Gustavo Fruet por 16%.

O poder de transferência

O Ibope/CBN mediu também o peso da influência dos notáveis da política nacional e paranaense na eleição. A pesquisa calculou o quanto esses notáveis transferem prestígio e o quanto tirariam do candidato que apoiassem.

Lula ficou bem no retrato: sua contribuição positiva ao candidato que escolher seria de 42%; a negativa, de 12%, registrando um saldo de 42% de indiferentes à sua participação. O índice de influência positiva de Beto é menor do que o do ex-presidente: ficou em 37%; o negativo, em 14%. Praticamente empatada com Richa, Dilma Rousseff aparece em terceiro lugar: 36% de positivo e 15% de negativo. Já a ministra Gleisi Hoffmann (provável adversária do governador na eleição de 2014), registra 30 pontos positivos e 15 negativos.

* A pesquisa encomendada pela Rádio CBN/Curitiba ao Ibope foi realizada entre os dias 27 e 29 de março, com 812 entrevistados. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. Registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob n.º 001/2012.

** Pesquisa encomendada pela Rádio CBN Curitiba, 90,1 FM e divulgada em maio de 2011. Na ocasião, o Ibope entrevistou 812 eleitores de Curitiba entre os dias 16 e 19 de abril de 2011. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos.

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