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celso nascimento

Vereadores de Curitiba aceitam devolver grana, mas exigem nova sede

A Câmara Municipal de Curitiba seria também uma “ilha de prosperidade” em meio ao deserto financeiro em que vive a prefeitura – a exemplo das acusações que pesam, no âmbito estadual, sobre o Judiciário, Assembleia e Ministério Público, que contam cofres recheados enquanto o Executivo sofre na corda bamba. Nos últimos anos, os vereadores acumularam R$ 53 milhões em sobras orçamentárias e as puseram para render em aplicações bancárias formando um fundo para a construção de novo edifício-sede

Surgiu agora, porém, proposta da Comissão Executiva da Câmara que dá destino imediato e melhor à grana: socorrer as combalidas finanças da prefeitura, que afirma não contar com recursos suficientes para manter cuidados básicos que a cidade reclama, como roça de mato, melhorias na saúde pública, pavimentação e manutenção de ruas e calçadas, além de outras rotinas da administração.

O projeto, que ainda depende de votação, prevê uma condição: para receber o dinheiro, o prefeito Gustavo Fruet precisa assinar termo pelo qual ele ou seu sucessor se comprometa a iniciar a construção da sonhada nova sede para os vereadores no prazo máximo de dois anos. Tem vereador, como Hélio Wirbiski (PPS), que não concorda com esta modalidade de empréstimo e quer que a verba seja devolvida ao tesouro sem qualquer exigência.

O presidente, vereador Ailton Araújo, pensa diferente e se justifica: não dá mais para os vereadores trabalharem apertados na sede histórica, construída há mais de um século, onde sequer é possível abrigar mais de 200 pessoas nas galerias do plenário. Anexos, porões e “puxadinhos” foram improvisados ao longo do tempo para dar espaço aos 38 gabinetes e servidores.

Se este acordo for aceito, espera-se pelo menos que a qualidade da atuação dos vereadores seja proporcional ao investimento na nova sede: os R$ 53 milhões que sobram na Câmara e faltam para serviços básicos exigidos pela população não podem ser desperdiçados em projetos e debates inúteis ou em assistencialismo eleitoreiro.

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