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Alegrai-vos! Nesta terça-feira, a Secretaria da Saúde faz pregão eletrônico para comprar R$ 374 mil em Viagra. O edital de número PE-034/2007 está no site "Compras Paraná" e refere-se à aquisição de sildenafil, nome genérico do princípio ativo do famoso comprimido.

Antes, porém, de se acusar o governo de gastar dinheiro para aumentar o índice de natalidade ou para propiciar alegria à população masculina, é bom que se diga que o sildenafil é também recomendado para pacientes que sofrem de hipertensão pulmonar. Trata-se de um potente vasodilatador recomendado para casos específicos de doenças respiratórias.

Muitos pacientes encontram-se há meses na fila para obter do governo esse medicamento, assim como outros milhares que, não podendo pagar por remédios excepcionais (de modo geral caríssimos) precisam recorrer à Justiça para fazer com que as autoridades cumpram a lei que as obriga a fornecê-los gratuitamente.

Além do sildenafil, o governo estadual noticiou na última sexta-feira ter lançado 11 editais para compra de 202 diferentes tipos de medicamentos, divididos em 239 lotes, no valor total de R$ 14,9 milhões. A notícia divulgada no site da Agência Estadual informa que todos os pregões serão realizados até dia 20 próximo.

Uma consulta à página de internet "Compras Paraná" – na qual devem ser obrigatoriamente publicados todos os editais de compra do governo – mostra, porém, somente seis editais para aquisição de remédios. Somadas, as compras previstas chegam apenas a pouco mais de R$ 500 mil, incluindo os R$ 374 mil que serão gastos com o sal que compõe o Viagra.

A Secretaria da Administração, que controla as compras, não soube informar com precisão por que não foram ainda publicados os cinco editais faltantes que confirmariam o total de R$ 14,9 milhões anunciados.

Heron, Caron e a síndrome

Ao referir-se ao fato de o advogado Heron Arzua ter deixado na semana passada, sob imprecações humilhantes de Requião, a secretaria da Fazenda e aceitado em seguida o convite para assumir o cargo subalterno de assessor especial, esta coluna identificou o caso como uma manifestação da "síndrome de Caron".

Com isso, a pretensão era comparar o episódio com o que envolveu o ex-secretário de Obras, Luiz Dernizo Caron, que, depois de ser repreendido publicamente por Requião, acabou sendo nomeado também para cargo de assessor especial, encarregado da reforma do Palácio Iguaçu.

Pois bem: um membro proeminente da família Caron, Arnaldo de Macedo Caron, não gostou de ver o sobrenome ilustre citado para denominar uma síndrome que não combina com a tradição e com a honra do clã. Por isso, enviou a seguinte carta à coluna:

Em defesa do sobrenome

"Refiro-me à citação na coluna de hoje (7/6) e às suas considerações sobre a saída do Secretário da Fazenda, Dr. Heron Arzua, quando qualifica como "Síndrome de Caron" os problemas havidos entre os Srs. Luiz Dernizo Caron e Heron Arzua com o governador Roberto Requião.

Como Caron que sou, não concordo com a citação apenas do sobrenome do Luiz Derniso, com amplitude de certa forma pejorativa para toda uma família. Seria ético que ao citar o sobrenome, seja citado também o prenome.

Meu irmão, advogado e procurador do Estado – hoje aposentado, José Manoel de Macedo Caron – deu um "chega pra lá" público no Sr. Roberto Requião, quando de seu primeiro governo, discordando e taxando de ilegais e arbitrárias atitudes que Requião dizia que iria tomar.

Meu filho, Comandante Aviador que leva meu nome, também teve forte discussão com Requião no aeroporto de Brasília e só não foram às vias de fato pela intervenção de Paulo Pimentel. E agora, vimos que o Guilherme Caron [filho de Luiz Dernizo], pela segunda vez, demonstra personalidade e dignidade focando claramente o desequilíbrio de atitudes do Sr. Roberto Requião.

Como leitor diário desta coluna, agradeceria que se houver "síndrome", que seja declarado o nome completo, uma vez que não pode alcançar uma condição pejorativa o nome digno da Família Caron. Ass.: Arnaldo Macedo Caron."

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