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Nos corredores

Me chama que eu vou...

Novo chefe da Casa Civil de Beto Richa (PSDB), Reinhold Stephanes (PSD) disse que está à disposição para conversar com o senador Roberto Requião (PMDB) sobre a importância da aprovação do empréstimo de US$ 350 milhões que o governo do estado negocia com o Banco Mundial. Stephanes foi secretário de Administração e Planejamento durante a gestão de Requião no Palácio Iguaçu.

... E Hauly também

Outro que pretende conversar com Requião é o secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly. Foi o secretário quem preparou uma resposta a um pedido de informações feito pelo senador sobre a situação financeira do estado, no mês passado. A tendência é que a votação sobre o empréstimo seja realizada no plenário do Senado a partir do dia 20 de fevereiro.

Reforma pós-carnaval

A presidente Dilma Rousseff deve anunciar mudanças no governo logo depois do carnaval. É dada como certa a abertura de novos espaços para o PMDB. Deve ser a última cartada do ex-governador Orlando Pessuti, que também negocia o ingresso no governo Beto Richa. Pessuti é cotado para assumir uma diretoria de Itaipu.

Carnaval é a época do me engana que eu gosto. Tem homem que se veste de mulher, mulher que se veste de quase nada. A fantasia ajuda a cair na farra com mais liberdade, o segredo faz parte do negócio.

Em Brasília, a folia é tão morna quanto em Curitiba. Aqui como aí a onda do momento são os blocos pré- carnaval, como o Garibaldis & Sacis. O mais legal do Distrito Federal é um chamado Suvaco da Asa – o nome é uma brincadeira com a divisão do Plano Piloto nas asas norte e sul.

Antes que alguém faça a pergunta: não, os políticos não passam o carnaval em Brasília. Neste ano, por sinal, os congressistas montaram um calendário que prolonga por 14 dias as datas sem votação em plenário. O período equivale ao dobro da duração dos carnavais oficiais de Salvador e de Olinda.

Na prática, eles só foram ao Congresso neste ano para eleger as novas mesas diretoras da Câmara e do Senado. A volta aos trabalhos está prevista para o dia 19, quando deve ser votado o orçamento federal de 2013 (se houver quórum, é claro). A propósito, o texto deveria ter sido aprovado em dezembro do ano passado, mas emperrou por causa da discussão sobre a análise dos vetos presidenciais.

Enquanto isso, o governo vai gastando sem um orçamento definido. É uma bela farra, não? Pois houve outra que lembrou ainda mais o espírito do carnaval, o voto secreto para a escolha dos presidentes das duas Casas.

Mesmo pressionados por uma série de denúncias e de processos que devem se desdobrar nos próximos meses no Supremo Tribunal Federal (STF), os peemedebistas Renan Calheiros (AL) e Henrique Eduardo Alves (RN) venceram as disputas com folga. Talvez ganhassem de qualquer jeito, mas com certeza foram ajudados pelo sigilo. O Bloco do Segredinho fez a sua parte.

Parte da charada pode ser decifrada a partir de uma enquete realizada pelo jornal Folha de S.Paulo logo depois da eleição no Senado. O levantamento ouviu 73 dos 78 senadores que participaram do pleito. Deles, apenas 35 admitiram o voto em Renan e 24 disseram ter votado em Pedro Taques (PDT-MT), único adversário do peemedebista – entre os 14 que não quiseram declarar o voto está o paranaense Roberto Requião (PMDB), enquanto Sérgio Souza (PMDB) foi de Renan e Alvaro Dias (PSDB) de Taques.

A conta não fecha. No cálculo oficial, Taques recebeu 18 votos e Renan foi eleito com 56. Ou seja, seis senadores que disseram ter votado no pedetista não votaram nele.

Há duas hipóteses viáveis para a "falha". As seis excelências podem ter se equivocado na hora de marcar o "x" na cédula. Ou simplesmente mentiram na hora de responder à pesquisa da Folha.

O fato é que os brasileiros nunca terão como saber quem votou em quem. Enquanto os parlamentares puderem votar em sigilo para cassar colegas ou eleger seus dirigentes, o Congresso não chegará perto da transparência plena. É um tiro no pé dos políticos de bem (sim, eles existem), aqueles que têm palavra e não têm vergonha de assumir o que fazem.

Para constar, há uma proposta sobre o fim do voto secreto pronta para ser votada no plenário do Senado há quase três anos. É só colocar na pauta. Sem disfarce, sem fantasia.

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