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Nos corredores

Anticorrupção em Curitiba

Curitiba será sede, no dia 23 de novembro, de uma audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados que trata do projeto que cria punições a empresas e agentes corruptores da administração pública. Dois deputados paranaenses do PMDB participam dos trabalhos, João Arruda (escolhido como presidente da comissão) e Osmar Serraglio. Serão convidados estudantes, advogados e representantes da Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

Fora da toca

Desde que chegou à Casa Civil, em junho, Gleisi Hoffmann dedicou-se mais ao trabalho de gabinete e saiu pouquíssimas vezes para eventos externos do governo. A exceção à regra são os eventos no Paraná. Em nove dias, ela acompanhou o anúncio do acordo financeiro para a construção do metrô de Curitiba e, no último sábado, a assinatura da ordem de serviço para obras de R$ 200 milhões na BR-153, em União da Vitória.

Ratinho relator

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na semana passada, uma medida provisória que cria o Fundo de Financiamento à Exportação, com uma série de mudanças sugeridas pelo relator, o deputado federal Ratinho Júnior (PSC). Na principal delas, foram incluídos os fabricantes de equipamentos de reabilitação e acessibilidade para portadores de deficiência. O texto segue agora para o Senado.

Estádios de futebol deveriam ter, entre as placas de publicidade, um aviso como aqueles obrigatórios para as bebidas alcoólicas: se politizar, não torça. Ou vice-versa. No Brasil, toda vez que uma coisa se mistura com a outra há um pandemônio.

Ficou visível na distribuição dos jogos para a Copa do Mundo de 2014. Coube a Curitiba o papel de mascote da competição – a cidade é a que vai abrigar o torneio por menos tempo (só 11 dias). Melhor dizendo, os curitibanos ficaram na lanterna em uma espécie de quinta divisão, junto com Cuiabá, Manaus e Natal.

E é uma posição de quinta mesmo, já que todas essas cidades vão receber apenas quatro jogos da primeira fase. As demais oito sedes vão abrigar entre cinco e sete confrontos – pelo menos algum deles, decisivo.

É sabido que os paranaenses estão longe de ser uma potência política da federação. Perdem toda dividida que disputam nessa seara. No ranking socioeconômico entre os 27 estados, entretanto, o Paraná tem a quinta maior participação no PIB nacional, a sexta maior população (quase idêntica à do Rio Grande do Sul) e a sexta maior bancada no Congresso Nacional.

Tirando a supremacia do eixo Rio-São Paulo e a tradição de mineiros e gaúchos (tanto no futebol, como na cultura e na política), há coisas bem estranhas nas escolhas da Fifa. Por que Brasília desponta como oásis do Mundial, com direito a sediar sete partidas e quase com o mesmo peso dos cariocas? Está aí mais uma prova de como a junção entre política e esporte pode ser explosiva.

Com capacidade para 71 mil pessoas, o estádio da capital federal está entre os mais pomposos da competição e vai custar R$ 745,3 milhões. O detalhe é que os dois principais clubes do Distrito Federal, Brasiliense e Gama, estão na terceira divisão do Campeonato Brasileiro. Além disso, ambos têm seus próprios estádios, que ficam longe de Brasília – respectivamente nas cidades-satélite de Taguatinga e Gama.

Embora o assunto seja tabu nas rodas de conversa do Plano Piloto, há poucas dúvidas de que o espaço será um dos mais imponentes elefantes brancos deixados como "legado" do Mundial. E o esforço para dar brilho à capital merece um pouco mais de aprofundamento.

Vale lembrar que o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), foi ministro do Esporte antes de Orlando Silva. Aliás, nessa época ele era filiado ao PCdoB. Outra curiosidade é que Agnelo seguiu à risca o planejamento deixado pelo antecessor no governo, José Roberto Arruda – sim, aquele mesmo do mensalão do DEM.

Assim como Orlando, Agnelo também é citado em denúncias que envolvem desvios no ministério. O caso dele, por sinal, é alvo de inquérito no Superior Tribunal de Justiça. Sem contar que Orlando foi secretário-executivo de Agnelo no Esporte.

Pensando bem, entre tantos acordos e politicagem, é até mais interessante para Curitiba ficar como ficou. O que vale mesmo é aproveitar direito os investimentos públicos de R$ 780 milhões, a maior parte em melhoria do trânsito (o que é urgente e necessário), e relaxar. Na pior das hipóteses, vai ser melhor curtir um clássico entre Zimbábue e Argélia do que encarar sobrepreço (político e financeiro mesmo) para assistir à seleção brasileira.

Sem contar que, ultimamente, ver o time de Mano Menezes jogar mais preocupado com o penteado do que a bola está longe de ser algo prazeroso.

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