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Nos corredores

Briga pelo Senado

As idas e vindas da convenção estadual do PMDB reavivaram a possibilidade de o partido pleitear uma candidatura ao Senado, em caso de coligação com o PSDB nas eleições paranaenses. A hipótese estava na geladeira há três meses, mas virou mais um trunfo para a ala que quer evitar candidatura própria, com Roberto Requião.

Junto ou separado

Se a tese prosperar, vai prejudicar colateralmente a campanha à reeleição do senador Alvaro Dias (PSDB). Isso porque, pela legislação eleitoral, não é possível uma mesma chapa lançar dois candidatos ao Senado. É até permitido ao PMDB coligar-se com os tucanos para governador e ter candidato a senador, mas todos os demais partidos da chapa para o Palácio Iguaçu precisariam fazer o mesmo.

Esse cara é você

O PSDB tem nome certo para vice de Beto Richa caso o PMDB decida lançar Requião. É o presidente estadual do PSD e deputado federal, Eduardo Sciarra. O convite teria sido feito há duas semanas e aceito. Sciarra também já adiantou que não vai concorrer a reeleição.

Segundos depois que o japonês Yuichi Nishimura deu o pênalti mandraque em cima do Fred, um amigo disparou: "Esses croatas achavam mesmo que viriam ao Brasil e não seriam assaltados em algum momento?" Neymar converteu a cobrança e desafogou o Brasil. Nos vestiários, o técnico da Croácia desabafou: se a arbitragem continuar assim, a competição vai virar "um circo".

Claro que a torcida brasileira no Itaquerão não protestou contra o Fred. Os apupos ficaram com a presidente Dilma Rousseff. Xingada em vários momentos da partida, Dilma fez de tudo para permanecer invisível e não conseguiu.

Por que a hostilidade contra a presidente? Todos sabem os motivos básicos para a revolta – gastos públicos com o Mundial, problemas no planejamento e execução das obras, subserviência em relação à Fifa. Em suma, ninguém gosta de ser feito de otário. Some-se a isso o fato de que, em estádios, sempre há um incontrolável (e deplorável) comportamento de manada.

Engraçado como a situação muda quando é o brasileiro que faz alguém de trouxa, ainda mais no futebol. Em quase todos os Mundiais conquistados pelo Brasil há "façanhas" como as de Fred. Em 1962, em jogo contra a Espanha na primeira fase, um passinho de Nilton Santos ludibriou o juiz e transformou um pênalti claro em falta fora da área.

Estava 1 a 0 para os espanhóis. O pior é que na cobrança da falta, Puskas acabou fazendo um gol de bicicleta – anulado por suposto jogo perigoso. No segundo tempo, o Brasil virou para 2 a 1.

Em 1970, Pelé acertou uma cotovelada criminosa no meio do nariz de Fontes, na semifinal contra o Uruguai. O juiz deu falta do uruguaio. O Brasil ganhou, novamente de virada, por 3 a 1.

Em 2002, numa estreia duríssima contra a Turquia, Rivaldo levou uma bolada na perna e fingiu que foi no rosto. Resultado: o juiz expulsou o turco que deu o chute. E o Brasil venceu por 2 a 1 – para não fugir à regra, de virada.

Voltando à política, até Dilma sabia que tomaria uma vaiazinha básica na quinta-feira. Mas vaiar é uma coisa, mandar uma senhora de 66 anos acompanhada da filha tomar caju é outra muitíssimo diferente. Alguém normal faria uma coisa dessas se não estivesse protegido pelo anonimato em meio a uma multidão de 61 mil pessoas?

E é curioso que isso tenha acontecido logo em São Paulo, a terra que se gaba de ser a locomotiva do Brasil, mas onde nasceu o rouba-mas-faz na política.

Quer protestar para valer? Comece votando direito. E não só para o presidente, mas para vereador, deputado, senador... Muitos dos que xingaram Dilma com certeza votam em alguém porque "ele traz recursos para o meu bairro ou cidade". Se ele só apresenta projetos cretinos, desvia dinheiro de emendas parlamentares e vota contra o interesse do povo, não tem problema – desde que eu supostamente me dê bem de alguma forma.

Não é preciso ser técnico da Croácia para saber quem acaba sendo o verdadeiro palhaço desse circo.

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