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Nos corredores

Bandeira da tarifa

Quando prefeito, Beto Richa (PSDB) liderou um movimento com vários colegas em busca de ajuda do governo federal para reduzir as passagens de ônibus. Em março de 2005, ele articulou a "Carta de Curitiba", que defendia a isenção de impostos federais sobre o diesel. No mesmo ano, levou a proposta ao então presidente Lula, que nunca implementou a ideia. Como governador, ele planeja a possibilidade de colocar subsídio direto no sistema de transporte curitibano.

Pizza mensaleira

Relator da CPI dos Correios, o deputado paranaense Osmar Serraglio (PMDB) diz que boa parte das informações utilizadas pela Justiça Federal para a recente condenação do publicitário Marcos Valério a nove anos de prisão por sonegação foram levantadas pela comissão. Segundo o parlamentar, o caso serve de estímulo para o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), que deve ocorrer nos próximos meses. "Nem a CPI acabou em pizza, nem os membros do Judiciário são pizzaiolos", diz o peemedebista.

Pedágio na CPI

O deputado federal João Arruda (PMDB) pediu ao idealizador da CPI das Privatizações, Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), para incluir nas investigações os processos de concessões de rodovias. O objetivo é estender a apuração para os contratos feitos no Paraná. A "CPI da Privataria" já tem as assinaturas necessárias para a instalação, mas depende do aval do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

Em Curitiba, o motor das eleições municipais foi, é e continuará sendo o transporte público. Deba­­­ter as soluções para o trânsito é o esporte local, inclusive para os que há tempos abandonaram os biarticulados para congestionar as ruas com seus carros. Especial­­­mente em 2012, o tema será mais quente do que nunca.

E não apenas pela greve de cobradores e motoristas que parou a cidade por quase dois dias nesta semana. Os protestos tendem a ser diluídos até outubro. Mas deixam o rastro de pólvora sobre os dilemas que vão inevitavelmente aparecer nos próximos anos – e que virão pelos trilhos do metrô.

Durante a paralisação, muito se falou sobre o esforço de manter o preço da passagem nos atuais R$ 2,50. O sistema já opera no vermelho em cerca de R$ 0,06 por passageiro, o que tende a crescer para R$ 0,17 com o aumento de 10,5% para motoristas e cobradores. Ou o reajuste será repassado ao usuário ou terá de ser ainda mais subsidiado pelo poder público municipal e estadual.

A conta, que já é complexa, vai ficar ainda mais difícil de ser fechada com o metrô, que terá a mesma tarifa dos ônibus e fará parte da Rede Integrada de Trans­­porte da Urbs. Vale lembrar que o novo modal sairá do papel por meio de uma parceria público-privada, cuja empresa licitada terá o direito de administrar o sistema por 30 anos. É natural imaginar que, ao mesmo tempo em que envolve mais parceiros e fica mais sofisticado, todo o transporte público vai se tornar mais caro.

Mas será que é isso o que a população realmente quer e precisa? Nada mais próprio para esmiuçar o assunto do que uma campanha eleitoral. Até agora, no entanto, nenhum pré-candidato deu à causa a profundidade necessária.

Há vários aspectos a serem levados em consideração. O projeto do metrô que deve começar a sair do papel a partir de 2013 vai consumir R$ 2,25 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão (45%) será repassado pela União e R$ 300 milhões (13%) pelo governo do estado – ambos os casos a fundo perdido. Os demais R$ 950 milhões (42%) vão ficar a cargo da prefeitura, que vai emprestar R$ 450 milhões do governo federal e deixar os restantes R$ 500 milhões por conta do escolhido para a PPP.

Os investimentos vão resultar inicialmente em uma única linha de 14,2 quilômetros, com 13 estações distribuídas entre o terminal CIC/Sul e a Rua das Flores, que deve ficar pronta em 2016. Ficam as questões: o quanto o restante do sistema de ônibus vai ser onerado pelo metrô? Quem anda de ônibus vai acabar pagando a conta dos usuários do metrô?

Claro, ainda existe a possibilidade de um subsídio maior do poder público. Há os que acham que a ajuda é meramente política, mas no fundo ela também faz sentido econômico. Se Curitiba é a cidade que mais gera arrecadação para o estado em IPVA, por exemplo, é compreensível que receba mais contrapartidas por isso. Ainda assim, há controvérsias políticas evidentes.

Todas essas argumentações poderão ser feitas no momento e ambiente adequado, quando a campanha começar para valer. Não existe receita pronta, mas decisões a serem tomadas sobre o bolso e o conforto dos curitibanos. Se a discussão sair do raso e abranger direito os ônus e bônus do que vem pela frente, é a cidade quem sai no lucro.

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