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Dizem as histórias das eleições majoritárias que quando o governo que está no poder é bem avaliado, o candidato governista é sempre o favorito. Conta-se também que se a soma das avaliações "ótima" e "boa" for superior a 50% as chances aumentam ainda mais. O favoritismo do candidato governista fica difícil de ser abalado porque o eleitor não quer correr riscos. Se ele avaliou o governo como bom, pra que mudar?

É a situação do candidato governista que vai condicionar o estilo e o andar das campanhas dos outros candidatos. É por isso que uma estratégia de campanha bem-feita é mais importante do que o chamado marketing político. A estratégia de campanha começa quando as cartas são mostradas e as primeiras pesquisas analisadas. "O gladiador delibera na arena", diz o provérbio romano.

Beto Richa (PSDB) recebeu três avaliações como o melhor prefeito do país e nas pesquisas Datafolha/RPC/Gazeta do Povo e do Ibope/RPC/Gazeta do Povo já saiu "queimando pneu" com 72% das intenções de voto. A distância entre ele e os outros só poderá ser encurtada pelos índices de rejeição e o nível de conhecimento do eleitor com relação a estes. O potencial de crescimento da candidata Gleisi Hoffmann (PT) em empolgar o eleitorado, com 12% das intenções, é que vai decidir se a disputa esquenta ou não.

Esta diferença me lembrou a famosa luta entre Foremann e Muhammad Ali no Zaire em 1974. As chances de Ali diante do fenômeno Foreman eram nulas. No auge da sua forma física, Foremann massacrava os adversários já no início das lutas. Ali usou como estratégia ser levado às cordas e fazer o adversário bater nele sem parar. A única coisa que ele fazia era se proteger dos golpes. Com isso cansou o adversário e quando viu que tinha chance, deu um golpe certeiro e nocauteador no oitavo assalto. Quem não tinha a menor chance de vencer, venceu porque apresentou uma boa estratégia em uma tática quase suicida. O impossível pode acontecer.

"Tá morno" – entre as eleições e as Olimpíadas, ficamos com a última

A mídia está tomada pelos assuntos olímpicos, mesmo quem não se liga nos cronômetros e no esforço dos atletas não escapa do assédio olímpico. Por que vou pensar em eleições agora, se o Ronaldinho Gaúcho acordou e saiu do limbo? – pensa o eleitor. Terminados os jogos e com o começo das campanhas a partir do dia 19 é possível que o assunto esquente mais.

Eloi Zanetti é especialista em marketing e comunicação corporativa e escreve às quintas-feiras.

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