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Durante os últimos três anos, as oposições jogaram todas as suas esperanças na candidatura de Osmar Dias ao governo do Paraná.

Talvez esse tenha sido um grave equívoco de setores da sociedade que desejam mudar, pelo voto, o poder em mãos do PMDB de Roberto Requião.

Ontem, Osmar Dias postergou pela undécima vez a sua decisão. Pediu que todos aguardem até o dia 30, o último do prazo legal, para dar sua palavra final.

Nesse vai não vai, os adversários do governador ficaram sem opções que pudessem traduzir suas expectativas de mudanças. É o preço que pagam pela aposta única.

Osmar Dias ficou amarrado ao PDT e este emburricou na candidatura presidencial de Christovam Buarque. Diga-se, a opção da direção nacional do partido pela disputa presidencial anulou de vez as chances dos candidatos ao poder nos estados.

Deu no que deu. Agora, os desafetos de Requião terão que escolher entre Rubens Bueno, do PPS anabolizado pela aliança com o PFL; e Flávio Arns, do PT. Mais não há, a não ser que os tucanos inventem outra.

Assim caminha a humanidade. Requião constrói em torno de si uma amplíssima frente política que não corresponde à opinião de camadas e grupos que se sentem abandonados.

Que fazer? Perguntaria Lenine. Tudo indica que teremos uma eleição curta, agônica, conflitiva, de muita troca de sopapos abaixo da linha da cintura. Quem não tiver estômago forte que se prepare. Fique longe do debate.

Os tempos, hoje, continuam soturnos. Mesmo porque se esvaem, com eles, as esperanças de se construir por aqui uma sociedade contemporânea de sua época.

O que ameniza a angústia é que, enfim, quando a política volta a ser assunto em pauta prioritária, alguns raciocínios se clareiam, e os que agora prevalecem, se continuam privilegiando os interesses específicos, o que de resto é legítimo, parecem pelo menos ter renunciado à hipocrisia, o que é uma novidade.

Heróis da resistência – Ontem, os tucanos de longa plumagem decidiram acabar com as especulações no poleiro e pediram, um a um, definição sobre a aliança com Requião. Deu maioria em favor da aliança. A resistência heróica ficou por conta de Gustavo Fruet, do secretário Antônio Poloni e das áreas sob influência de Euclides Scalco.

Depois do jogo – O tucanato nativo deixou para depois do jogo Brasil versus Japão a conversa olho no olho com o deputado Gustavo Fruet. Para dizer a ele que estará protegido no processo político e eleitoral.

No trecho – Enquanto o PDT renova o prazo para se definir, a candidata do PT ao Senado corre o trecho. Gleisi Hoffmann estava ontem no Sudoeste do Paraná, para se reunir com filiados em Francisco Beltrão e depois visitar municípios da região. Alegre, mostrava pesquisas que provam o seu crescimento eleitoral.

Sonho do PPS – Marcos Isfer prevê que o PPS vai dobrar as bancadas estadual e federal ao lado do PFL.

Contra os médicos – Diz o senador Osmar Dias que, se for candidato, será com imenso sacrifício, pois continua mal das pernas e compareceu à entrevista coletiva contra a recomendação dos médicos. Mesmo assim, está disposto a encarar o desafio proposto pelo PDT.

Tempo curto – Além das dificuldades de saúde, Osmar Dias terá que enfrentar as limitações de tempo no rádio e na televisão. Dispõe de apenas 27 segundos por programa para o equivalente a um terço do espaço de Requião. Pretende aumentar esse tempo com as alianças com partidos como o PP e o PSB. O PP já costura seu apoio a Requião.

Novela sem fim – "A novela de minha candidatura continua porque eu não sou candidato de qualquer jeito, apenas para ser um governador de qualquer jeito; eu levo a sério a minha candidatura e o meu projeto", disse, emocionado, o senador Osmar Dias, ontem, à imprensa.

Belíssima – O presidente do PMDB paranaense, Dobrandino Gustavo da Silva, disse ontem que a novela da candidatura do senador Osmar Dias ao governo está mais difícil de desatar do que a novela da rede Globo, "Belíssima", que ele vê diariamente.

Deixa pra lá – Observação do deputado Élio Rusch, do PFL, sobre o novo adiamento do senador Osmar Dias para declarar se será ou não candidato a governador.– Deixa pra lá.

Farpa – "Tá dominado, tá tudo dominado", refrão repetido pelos deputados pefelistas quando passam pelos tucanos que se aproximam de Requião. Não ofende – O governador Requião já conversou com Tasso Jereissati?

As boas – A propaganda brasileira está em alta. Já ganhou seis leões em rádio, quatro em outdoor e um em mídia no festival de Cannes.

As más – Sinal de que a economia popular vai mal. Aumentou a inadimplência em maio, em 22%, comparado a maio do ano passado.

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