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A verticalização produziu bicho novo no quadro político brasileiro. Surge a mula-sem-cabeça, o PMDB sem candidato presidencial.

Nos estados, cada um por si. Ou com todos. De sorte que o PMDB do Maranhão pode apoiar Lula enquanto o de Santa Catarina ficará com Alckmin, assim como o do Rio Grande do Sul.

E o PMDB do Paraná? Tudo indica que tomará a forma da hidra, um corpo com várias cabeças na República para servir a candidatura de Requião aqui na província.

Hoje, um dos times de Requião inaugura o comitê de apoio a Lula, com direito a site que mistura futebol e política. É a rapaziada da armata brancaleone, habituada a agitar suas bandeiras nas ruas e nos estádios e a fazer muito ruído.

Na semana que vem uma expedição irá a Brasília para conversar com os tucanos da República. Vai propor a Tasso Jereissati uma aliança à parte para apoiar Geraldo Alckmin. Ora, pois, essa gente está montando um dos comitês mais chamativos desta temporada eleitoral.

Como se vê, em torno de Requião há gente de todas as cortes. Sem faltar a turma de bombordo, que sonha com Heloísa Helena no Planalto e aqui vai votar no PMDB.

Assim caminha a humanidade. Nesse quadro pouco propício ao calor cívico, os partidos ficaram reduzidos à condição de meras alianças de circunstância entre políticos preocupados com a rentabilidade das suas próprias carreiras.

Não é de admirar quem tal estado de coisas beneficie enormemente quem dispõe de maior poder de aliciamento, isto é, o próprio governo.

O julgamento dos eleitores só virá em outubro. Até lá, vamos vivendo. O que é mais grave, entretanto, é que essas eleições verticalizadas na marra tendem a deformar ainda mais o quadro partidário, em vez de corrigir-lhe os aleijões.Paz no poleiro – Amanhã à tarde, no escritório de Alvaro Dias, o senador se reunirá com o triunvirato que comanda o tucanato nativo: Beto Richa, Hermas Brandão e Valdir Rossoni. Para baixar a poeira e selar uma trégua no poleiro.

Ao Senado – Alvaro Dias será candidato ao Senado e seu primeiro suplente será o empresário Joel Malucelli. Com essa decisão, os tucanos voltam à situação anterior. Primeiro Osmar Dias. Se falhar, vão de Gustavo Fruet.

Atendendo a pedidos – Sobrevive em áreas do PMDB e do PSDB nativos a idéia de uma aliança entre os dois para reforçar a chapa Alckmin–Requião.

À luz de velas – Imaginem. Jaime Lerner e Ângelo Vanhoni à luz de velas. Aconteceu. Em jantar na noite de quinta-feira. Trataram da aproximação entre o PSB de Lerner e o PT de Vanhoni, partidos que já se entenderam no plano nacional.

Três mosqueteiros – Rafael Iatauro, Dobrandino Gustavo da Silva e Alexandre Curi desembarcam em Brasília na semana que vem. Vão costurar as alianças possíveis de Requião no plano nacional. Antes de outras audiências, conversarão com Michel Temer, presidente do PMDB.

Torcida contra – A direção estadual do PT tem feito o que pode para melar os entendimentos entre Lula e Requião. Não faltam em Brasília reproduções de críticas do governador ao presidente.

Sem resposta – Houve uma pergunta de Tasso Jereissati a Osmar Dias que continua sem resposta:

– Se o candidato for o Alvaro, você o apóia?

Já não é necessário responder. Alvaro é candidato ao Senado.

Na direção do trator – Beto Richa assumiu o comando de um trator, ontem, na terraplenagem em Bela Vista do Passaúna, onde serão construídas 358 casas pela Cohab. Na prática, tira do papel um projeto que adormecia em gavetas burocráticas desde 1992 para a remoção de famílias de uma invasão em área de proteção ambiental.

Plano de saúde – O secretário da Saúde, Cláudio Xavier, reúne hoje representantes da área da Saúde, deputados e vereadores para iniciar o processo de construção da agenda do plano de governo do PMDB na saúde. Na sede do partido.

Farpa – "Quem eu quero não me quer, quem me quer mandei embora, e por isso já não sei, o que será de mim agora", bolero dos anos 50 que segundo André Vargas é a melô do PSDB.

Não ofende – A trégua entre os tucanos resiste até as eleições?

As boas – A Grande Curitiba registrou em maio a menor taxa de inflação das 11 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE.

As más – Quadruplicou o número de atendimentos de maus- tratos a crianças no Paraná. A maior parte no ambiente doméstico.

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