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A absolvição em plenário dos deputados condenados na Comissão de Ética da Câmara soou como deboche para a maioria.

Ficou na população a certeza de que a política na pátria de chuteiras continua a mesma, marcada pelo signo da corrupção e da impunidade.

Isso é péssimo para os políticos que pretendem a reeleição neste ano, mostram as pesquisas imediatas. São 82% os que não confiam em políticos e os consideram um mal inevitável e sem cura, como certas doenças crônicas.

Agora, vejamos. Os deputados são eleitos pelo povo e por isso são tidos como representantes da Nação. Mas os eleitores chamam seus eleitos pelo nome, como jogadores de futebol.

A Nação não é dada a grandes formalidades e a maioria reconhece que não sabe exatamente o que faz um deputado ou um senador.

Portanto, os mesmo eleitores que não confiam nos políticos os elegem na esperança de que eles possam conseguir-lhes uma prebenda qualquer.

Questão secundária? Não é. A hipocrisia começa por aí. Há, convenhamos, um toque de originalidade nesta hipocrisia. A tartufaria dos políticos nativos não tem similar, não admite comparações, ao menos na moldura do mundo contemporâneo.

A aposta que os políticos fazem na imbecilidade do povo é, de longe, a mais resistente e a mais ousada do que em qualquer outro lugar do mundo.

Por pecados bem menores que os cometidos pela rapaziada do mensalão, parlamentares de outros países se demitem. Inúmeros pecadores da política perdem os seus lugares, a toda hora e em todo mundo, antes por seus erros que por seus crimes.

Por aqui, as coisas são diferentes. Mas resta ainda esperanças de que algo esteja mudando. Vamos ver se o eleitor passará a decidir o seu voto levando em consideração a folha corrida dos candidatos. Os políticos continuam os mesmos. Contam, como de hábito, com a ingenuidade da platéia.

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Conversa ecumênica – Ontem, na Feira Agropecuária de Londrina, Requião conversou animadamente com o tucano Luiz Carlos Hauly. Aos dois juntou-se o pefelista Durval Amaral. Formou-se a tríplice aliança que muito incomoda os adversários do governador.

Ainda é candidato – O senador Osmar Dias declarou, ontem, em Curitiba, que ainda é candidato a governador. Se as pernas ajudarem e o partido deixar, ele estará na liça.

Mais um na tropa – Requião ganhou mais um cavalo para a sua tropilha. Um manga-larga paulista de quatro anos chamado "Comarca". Recebeu de Edson Neme Ruiz, presidente da Sociedade Rural do Paraná. Agradeceu e fez a graça: "Mande pôr no avião". E convidou a todos para uma cavalgada no Cangüiri.

Depois da convenção – Quanto ao futuro do PMDB, Requião diz que o quadro só vai se definir depois das convenções.

Alternativa Serraglio – O deputado Osmar Serraglio, relator da CPI dos Correios, desceu ontem em Curitiba e confirmou que tem duas hipóteses na cabeça sobre o seu futuro político. Será candidato a deputado federal. A alternativa será a candidatura a vice de Requião se o PMDB correr com chapa puro-sangue.

Senado descartado – Há, no PMDB do Paraná, quem pretenda lançar Osmar Serraglio candidato ao Senado, caso o tucanato não aceite coligação. Serraglio enfrentaria o tucano Alvaro Dias. Mas, por enquanto, ele descarta essa hipótese.

Pacote da Venezuela – No dia 20, empresários e dirigentes de estatais da Venezuela chegam ao Paraná. Vêm para firmar parcerias em torno de 300 milhões de dólares. Jacyr Bermann II, secretário do Cerimonial e de Relações Internacionais, passou vinte dias em Caracas para fechar o pacote.

Chávez na praça – No dia 21, será a vez do presidente venezuelano Hugo Chávez desembarcar em Curitiba. Segundo Jacyr Bermann, ele vem anunciar a abertura de um escritório do Paraná em Caracas que ajudará a intensificar as relações e as parcerias. Sem mandato – O deputado Jocelito Canto, do PTB, está a um passo de perder o mandato. O TJ negou provimento de recurso e o juiz Magnus Vinícius Rox remeteu a ação ao MP de Ponta Grossa. Jocelito é acusado de improbidade administrativa. Quando prefeito de Ponta Grossa doou dinheiro público à Santa Casa.

Ausência – O deputado federal Aírton Roveda esclarece que não votou na sessão que absolveu os mensaleiros João Magno e Wanderval Santos, no dia 22 de março, porque acompanhara a vistoria de obras de emergências na BR-476. "Os deputados não mereciam ficar impunes", garante Roveda.

Farpa – "Se Deus existe, por que há coisas como a miséria e os horários de propaganda política na televisão?", pergunta o filósofo Luiz Roberto Soares.

Não ofende – Sai a tríplice aliança PMDB–PSDB–PFL para apoiar Alckmin?

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As boas – O Projeto Mais Vida reunirá hoje no Hemepar, no Alto da XV, mais de dois mil doadores de sangue. Estão previstas cerca de 180 doações só no fim de semana.

As más – O Paraná teve a maior queda (-7,4%) na produção industrial em 11 dos 14 estados pesquisados pelo IBGE. A média nacional cresceu 5,4% em relação a fevereiro de 2005.

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