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Ari Fontoura está em Curitiba com a comédia "Marido de mulher feia não gosta de feriado", que vai além do cotidiano doméstico e satiriza a vida política.

Ele é craque nesse trabalho de desnudar autoridades de alto e baixo coturno. Um talentoso criador de personagens que exacerbam os defeitos morais dos políticos e nos faz rir deles.

No início dos anos sessenta, Ari Fontoura criou Pomposo Ribeiro, paranaense de muito dinheiro e pouca cultura, cuja obsessão era chegar ao governo do estado.

Para tanto, Pomposo explorava o moralismo chinfrim da classe média provinciana propondo a retirada do homem nu da Praça 19 de Dezembro.

O slogan era "Abaixo o homem nu, Pomposo no Iguaçu". O grave é que a sátira estava muito próxima da realidade da época. Não esqueçamos que a estátua da mulher nua ficou décadas escondida num pátio interno do Palácio para não ofender a pudicícia dos nativos.

Hoje, a estátua da mulher nua voltou aos pés do homem nu, o que vez ou outra provoca protestos de feministas que vêem nessa disposição um emblema da subordinação da mulher.

Como se vê, Curitiba mudou desde a época de Pomposo Ribeiro. Os políticos também. Segundo Ari Fontoura, para pior. Passamos pelo regime fardado, voltamos à democracia, mas às deformações eternas do populismo, do autoritarismo à brasileira e dos abusos do poder econômico somaram-se outras mazelas que deram nesta época de gangsterização da política.

O próprio Ari é quem alerta. Ele que tem essa sintonia com o grande público percebe que há uma parcela significativa que não confia no sistema e em seus atores, o que significa um risco para a nossa incipiente democracia.

O que fazer? Não há muito e um dos melhores remédios continua a ser o riso, para o que nada melhor que ir ao teatro para ver o nosso genial Ari Fontoura debochar dos Garotinhos, Rosinhas e assemelhados que infestam a vida brasileira.

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Na volta da Itália – Ao retornar da Itália, o prefeito Beto Richa terá intensa agenda política ao lado do presidenciável Geraldo Alckmin, que virá a Curitiba. Richa é palavra decisiva para o projeto tucano no Paraná.

Bom trânsito – Entre as razões apresentadas pelo presidente Lula para segurar Paulo Bernardo no ministério, pesou a evidência de que, depois da reforma, Bernardo passa a ser dos poucos ministros com bom trânsito no Congresso.

Sem riscos – Os tucanos da Assembléia juram que Alvaro Dias será candidato ao Senado. Justificam: ele não pretende ficar sem mandato e por isso não vai se arriscar na disputa do governo.

Farpa – "Os passarinhos de gaiola que se candidatam a deputado devem deixar o alpiste onde o encontraram", do deputado Durval Amaral, do PFL, referindo-se aos secretários e dirigentes de estatais que deixam seus cargos para disputar a eleição.

À vontade – Ainda irritado com a deserção de aliados no embate sobre a emenda do nepotismo na Assembléia, o governador Requião diz que agora, mais que nunca, se sente à vontade para distanciar-se do PT e estabelecer novas alianças. Perna curta – A aleivosia contra Osmar Dias, de que o senador seria funcionário da Ocepar, durou pouco na boataria política da província. Ontem, a própria Ocepar desmentiu a acusação em nota oficial.

Aliado certo – Se Osmar Dias nunca foi funcionário, não deixa de ser um aliado das cooperativas na defesa das causas dos produtores agrícolas, diz a mesma nota da Ocepar.

De pijama – A aposentadoria do deputado José Janene poderá sair na terça-feira. O deputado Antônio Biscaia, do PT carioca, estudou o caso. A aposentadoria não exime Janene de culpa ou responsabilidade em qualquer processo em andamento na Câmara.

Substituta – Maria Célia Fabrício de Mello é a nova diretora-geral da Secretaria de Saúde. Assumiu no lugar de Gilberto Martin, que disputará uma vaga na Assembléia Legislativa pelo PMDB.

Algo em comum – Os políticos Tadeu Veneri e Luciano Ducci esquecem as diferenças ideológicas e se dedicam, com paixão, a integrar pequena torcida do Paraná Clube que enfrenta a misteriosa Adap de Orlando Pessuti, em Maringá.

Olha o vexame – O deputado Eduardo Sciarra diz que quem deu vexame em solenidade pública foi o governador Requião, quando usou o privilégio de falar por último e o atacou. Sciarra estava em Guabirotuba a convite do prefeito Beto Richa.

Não ofende – O PFL conseguirá engolir o PMDB?

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As boas – O governo federal autorizou concurso público para a contratação de professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, antigo Cefet.

As más – A renda agropecuária encolheu R$ 13,8 bilhões em 2005. Motivos de sempre: problemas climáticos, redução de commodities, juros estratosféricos.

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