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Tendências

Contra boatos 1

Nesta semana um linchamento mostrou o quão nocivo é a desinformação nas redes sociais. Tudo começou no Facebook, em que foi publicado em uma página que "uma mulher está raptando crianças para realizar magia negra". Em seguida começaram as especulações e, depois, o boato viralizou, com comentários no estilo "mata sem dó", e com um retrato falado que serviu de base para o espancamento de uma moça até a morte.

Contra boatos 2

Os internautas podem evitar linchamentos e campanhas difamatórias sendo cautelosos nas redes sociais:

1) Só compartilhe informações de fontes confiáveis, ou, então, que você tenha certeza que são verdadeiras. Compartilhar boa­tos pode render ação de indenização por danos morais ou, até mesmo, um processo criminal.

2) Se não tiver certeza, verifique a veracidade da informação. Em tempos de internet isso não é difícil. Deixe a preguiça mental de lado.

3) Denuncie os boatos e compartilhe textos que disseminem a boa educação nas redes.

A eleição está próxima e a campanha de difamação tende a ser pesada. Mas o país não precisa de inocentes úteis reproduzindo comportamentos irresponsáveis.

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Parece até mentira, mas o exercício de um mandato pode evoluir do futevôlei em dia de trabalho à democracia participativa na internet. Em 2011, no dia 3 de fevereiro, o então recém-empossado deputado federal Romário (PSB-RJ) cabulou a primeira sessão legislativa da Câmara dos Deputados, para jogar futevôlei com os amigos, no Rio de Janeiro. O jornal Extra flagrou o ex-jogador de futebol na praia, fotografou e publicou no dia seguinte, uma sexta-feira, a foto de Romário na capa, com o título: "Olé no Eleitor – Romário assina ponto na Câmara e vem para o Rio jogar futevôlei".

Na ocasião Romário justificou o comportamento dizendo que a sessão não era deliberativa – não teria nenhuma votação – e que, portanto, a presença não era obrigatória. O ex-atleta disse que, apesar de ter ido à praia, tinha feito reunião com assessores. A partida de futevôlei só havia começado às 17h30, depois dos compromissos de trabalho. O episódio foi um erro que prenunciava uma carreira política péssima, que poderia produzir resultados vergonhosos. Mas Romário parece ter aprendido a lição.

Com o desejo de ser candidato ao Senado, o deputado está usando um site colaborativo para que os eleitores possam avaliar os seus projetos. Na página o deputado propõe a "democracia digital do parlamento" e pretende retirar de pauta projetos de autoria dele que tenham rejeição de 51% dos eleitores que se manifestarem no site. Para que a retirada do projeto seja considerada válida, Romário estabeleceu o volume mínimo de dez mil votos. Quando se atinge essa marca de votos e ocorre também 51% de rejeição, fica estabelecido o período de 90 dias para que esse percentual permaneça estável. Depois desses três meses, se a rejeição continuar acima de 51%, Romário se compromete a retirar o projeto.

Para validar as participações dos internautas, o deputado usa a plataforma "Vote na web", que permite o cadastramento por e-mail ou do Facebook. No site interativo de Romário é possível também que o internauta sugira projetos.

A iniciativa de Romário rompe com a lógica do político tradicional. A lógica da velha política, pela qual os eleitores só devem ser consultados durante o período eleitoral, ainda é dominante. Contudo, a ideia de compartilhar o mandato com os eleitores começa a ganhar a simpatia de alguns postulantes.

Submeter suas propostas ao crivo popular na internet é algo novo no Brasil e pode resultar em interessantes experiências democráticas. Lembra o Demoex, um partido local de Vallentuna, na Suécia, que atua sem ideologias políticas predeterminadas, mas com um compromisso claro – ampliar a democracia na sociedade. O Demoex faz isso por meio de discussões e votos usando uma plataforma de debates na internet. O posicionamento que recebe mais apoio deve ser seguido pelo representante eleito do Demoex quando tiver de votar na Câmara local.

É difícil prever se a proposta de Romário terá o engajamento de eleitores, ou em que medida ele vai se comprometer com o resultado de seu experimento, ou, ainda, se vai continuar a investir em ferramentas inovadoras de participação política. O bom é ver que há gente tentando novas formas de exercer mandato e de fazer política. Novidades como essa contribuem para produzir fissuras no engessado sistema de representação brasileira.

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