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Divulgação de salários

Inteligente a postura do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB). O tucano decidiu divulgar de forma individualizada, a partir de julho, os salários de todos os funcionários da Casa no Portal de Transparência do Legislativo. Inspirado pelo exemplo do que ocorreu com o Tribunal de Justiça do Paraná, que começou a fazer a divulgação nesta semana por ordem do Supremo Tribunal Federal, Rossoni se antecipa em fazer algo que cedo ou tarde seria obrigado. Ao agir assim, evita prosseguir lutando por uma causa perdida e poupa a imagem do Legislativo, o que certamente não vai acontecer com os órgãos paranaenses que ainda resistem em ser transparentes como os tempos atuais exigem.

Poder de investigação do MP 1

O Ministério Público do Paraná desenvolveu um aplicativo ara mobilizar a sociedade contra a aprovação da proposta de emenda constitucional nº 37 no Congresso Nacional, que, se for transformada em lei, vai proibir o MP de instaurar inquéritos criminais. O aplicativo permite enviar mensagem para deputados federais paranaenses e reivindicar que eles votem contra a PEC 37. Para os interessados, basta digitar: http://bit.ly/XBaDKC

Poder de investigação do MP 2

Em mensagem enviada à coluna, o investigador da Polícia Civil Sérgio Francisquinho afirma ser favorável à aprovação da PEC 37. "Penso que o MP deveria cobrar do Estado um melhor aparelhamento dos órgãos de segurança, fiscalizar mais suas ações, trabalhar junto, apoiando e cobrando quando necessário, e não ficar obcecado pelo poder da investigação." E você, qual a sua opinião?

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As passeatas do movimento passe livre no transporte coletivo que ocorrem em todo o país têm trazido à baila sentimentos conflitantes na sociedade, especialmente por causa dos conflitos entre a Polícia Militar e os manifestantes em São Paulo. Na "praça pública" da atualidade – as redes sociais –, há quem considere que a atuação da polícia é enérgica e necessária para conter vandalismo de manifestantes. Não falta também quem considere a atuação da polícia truculenta e antidemocrática. Mas, se por um instante esses juízos de valor forem deixados de lado, chega-se rapidamente a uma constatação relevante: os cidadãos brasileiros estão indo às ruas para reivindicar o que julgam essencial para suas vidas nas cidades em que moram.

E isso é muito bom. Frequentemente se declara que o brasileiro não tem cultura de participação política, que ele prefere permanecer alienado. As passeatas que ocorreram ontem em pelo menos nove cidades do país mostram o contrário. Se o objeto de reivindicação fizer sentido para as pessoas, elas prontamente vão se organizar e ir às ruas. Não por outro motivo, somente uma sociedade com tendência autoritária poderia querer evitar que as pessoas se organizem e reivindiquem aquilo que julgam ser delas por direito.

Embora o direito de livre manifestação deva ser respeitado, evidentemente não se deve aceitar atos de vandalismo, pichações, depredação de veículos e lojas. Os manifestantes que se valem desses expedientes acabam por apequenar a ação política. Criam antipatias desnecessárias e perdem aliados. Apesar desse comportamento se tratar de ato grupos isolados nas passeatas do movimento passe livre, tal fato não pode ser ignorado, nem tampouco considerado normal.

É dever dos manifestantes zelarem pela democracia e lembrar constantemente aos seus colegas que a política é a guerra por outros meios. E é por meio da política que poderão ter êxito. De outro lado, é inconcebível que a repressão policial ocorra de forma truculenta. Da mesma forma que o vandalismo civil, ela não tem espaço numa democracia.

O Estado precisa aprender a lidar com o pensamento divergente. O discurso padrão é que as cidades não podem arcar com o passe livre para estudantes, porque isso seria economicamente inviável. Em vez da negativa, seria melhor envolver os manifestantes em um debate sobre as opções orçamentárias – para conceder passe livre é preciso que o dinheiro seja retirado de outra área. É preciso discutir qual é a solução mais justa para a aplicação dos recursos limitados que compõe o orçamento. Mas quase nada disso é feito. O Estado precisa ser mais competente e aprender a dialogar.

E mais. Precisa aprender a lidar com os novos movimentos sociais que surgiram, heterogêneos, organizados nas redes sociais e profundamente conectados com o local em que moram, desejosos de resolver problemas do cotidiano. Sem pancadaria.

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