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Tendências

Polêmica do São Francisco I

A "Morte e vida do São Francisco" teve a importante contribuição de muitos leitores nas redes sociais que comentaram e compartilharam o texto. Via e-mail, entretanto, vieram três mensagens. Duas delas, de moradores da região que criticaram o texto. Um dos leitores afirmou que este colunista "adivinhou" qual será a próxima atitude que alguns moradores irão tomar no bairro: vão pedir a mudança de todos os bares que usam as calçadas na região do baixo São Francisco.

Polêmica do São Francisco II

"Esperamos que a ação do Ministério Público (que não é a primeira do gênero) não seja interrompida ou retardada por pretensos defensores do Torto e outros botecos das redondezas. Pelo contrário, que se intensifique e venha a fechar mais ‘estabelecimentos’ que não reúnam condições físicas para o funcionamento", afirma um dos moradores, que não quis ter o nome divulgado.

Polêmica do São Francisco III

A opinião do leitor e músico Raphael Bettega é um contraponto às críticas. "Nós, músicos, frequentadores, colaboradores, donos de bares e restaurantes e a população local, estamos realizando um abaixo assinado para tornar a região um setor cultural."

Polêmica do São Francisco IV

O colunista cometeu um equívoco na semana passada ao dizer que há um grupo de moradores querendo acabar com a Quadra Cultural. Eles querem que o evento seja transferido para outro lugar. Fica aqui registrado o erro.

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Imagine um aplicativo para celular que forneça mapas com horários, localização de estações e itinerários de ônibus. Imagine também que esse aplicativo permite que você visualize em tempo real onde está o ônibus que deseja usar. Esse aplicativo existe, é gratuito, chama-se Busão Curitiba (http://busaocuritiba.com) e foi criado por um grupo de cinco jovens desenvolvedores. Vale nominá-los: Gemerson Ribas, Diego Trevisan, Ricardo Prado, Netto Ramalho e Katia Fernanda.

O aplicativo tem valor social inegável e até terça-feira era usado por 400 pessoas. Como a Urbs não fornece informações em formato aberto, o programa precisa "raspar" os dados do site da empresa e depois reorganizá-los para poderem ser utilizados. O aplicativo usa também dados do "Itibus"– um sistema de monitoramento da empresa que utiliza GPS e permite identificar a localização exata dos veículos de transporte coletivo. Na verdade, usava. Nesta semana, o aplicativo deixou de conseguir se conectar com o Itibus.

A interrupção do serviço fez com que rumores esquentassem os ânimos nas redes sociais. Teve gente que achou que a Urbs tinha cortado propositadamente a conexão. Entretanto, conforme divulgou ontem Andréa Morais na coluna Entrelinhas, deste jornal, o Busão Curitiba teria "derrubado" o site da Urbs, por causa da demanda gerada pelos 400 usuários. Ainda segundo a colunista, a Urbs teria informado que o compartilhamento de dados do sistema de GPS pode voltar a ocorrer, mas os responsáveis pelo Busão Curitiba precisariam fazer um acordo com a empresa. Ao que consta, esse "acordo" está em andamento.

O caso é exemplo do abismo que separa o poder público da sociedade. Em primeiro lugar, as informações que estão no site da Urbs deveriam ser fornecidas em formato aberto, o que facilita o trabalho de desenvolvedores, que não precisam ficar gastando tempo para retirar os dados da internet e reordená- los. Em segundo lugar, uma empresa do porte e relevância da Urbs precisa ter condições de fornecer para a sociedade um sistema de monitoramento de ônibus que não tenha problemas de "conectividade". E, em terceiro lugar, não deveria ser necessário que a sociedade precisasse fazer acordo para uso de dados que são essencialmente públicos.

O papel do poder público deve ser o de liberar a criatividade das pessoas. Em vez de colocar entraves para o uso de informações, deveria assumir a responsabilidade de liberá-las. O livre acesso a dados públicos em formato aberto deveria ser visto como uma política estratégica de Estado.

Os jovens que criaram o Busão Curitiba perceberam que podiam usar suas habilidades para criar algo útil para a população e foram à luta. Não precisaram nem pediram ajuda ao poder público. Foram inovadores. Se há um genuíno desejo de estimular as mentes criativas que moram no Paraná, as autoridades eleitas poderiam começar removendo os obstáculos que elas próprias criam.

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