Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo

Para a corrupção não vencer a esperança

As declarações da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do pedido de prisão do senador Delcídio do Amaral (PT), foram contundentes e ficarão marcadas na história.

“Houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois nos deparamos com a ação penal 470 [do mensalão] e descobrimos que o cinismo tinha vencido a esperança”, declarou a ministra na quarta-feira (25). “O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção.”

A ministra tinha razão de fazer uma declaração mais apaixonada e política que estritamente jurídica. A cada dia parece que a tentativa de políticos poderosos burlar a lei não tem mais fim. A democracia padece, mas dado o dinamismo do sistema, sempre pode se reinventar em algo melhor. Não é uma questão de crença, mas de empregar energia e vontade. Algo que não pode ficar restrito ao mundo da política e só vai dar certo se os cidadãos se engajarem na vida pública.

Nesse sentido, a 1.ª Semana da Democracia, evento que foi realizado nesta semana pelo Instituto Atuação, é uma forma adequada de se buscar novos caminhos para fortalecer o sistema democrático. Em uma das palestras do evento, a norte-americana Jamila Raqib, do Instituto Albert Einstein, propôs que, para melhorar a democracia, sejam desenvolvidos programas educacionais que ensinem as pessoas a usar métodos de ação não violenta. Isso seria algo bastante salutar, neste momento de crise política que vive o governo federal e o Congresso Nacional.

Uma iniciativa dessa natureza poderia fazer a esperança vencer a corrupção.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.