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Os acontecimentos dos últimos meses no Brasil impossibilitam qualquer prognóstico certeiro para o Brasil em 2016. Mal é possível vislumbrar os desdobramentos de uma semana para outra. Na verdade, mal é possível acompanhar as ramificações de todos os casos de corrupção e ilegalidades que atingem nossas instituições.

Temos uma presidente da República sofrendo um pedido de impeachment, motivado pelas “pedaladas fiscais” sob análise do Tribunal de Contas da União (do qual quatro ministros são citados em investigações de crimes), que foi desencadeado por um presidente da Câmara investigado pela suspeita de vários crimes, mas que será referendado pelo Senado (cujo presidente também é alvo de investigações por supostamente ter recebido propina), seguindo o rito determinado pelo Supremo Tribunal Federal (cujo presidente encontrou-se com a presidente da República em Portugal numa reunião que levantou suspeitas).

Do outro lado, temos uma oposição dividida, sem projeto de governo, cujo um de seus expoentes foi condenado a 20 anos pelo mensalão tucano de Minas Gerais e cujo presidente nacional foi também citado por delatores da Lava Jato. No meio, temos o maior partido brasileiro, cujo presidente também foi citado na Lava Jato e que também não tem um projeto claro de poder – as propostas liberais apresentadas por ele não seriam aprovadas com facilidade no Congresso, tampouco seriam aceitas docilmente pela sociedade.

No setor privado também poucos se salvam. Donos de construtoras (e de um banco), que com suas doações eleitorais vultosas conseguem garantir contratos milionários com o poder público, estão na cadeia.

Que país é este em que tudo isso acontece? Que país será este em 2016?

É um tanto quanto desesperador pensar nisso tudo, mas, ao menos, esses governantes, políticos e poderosos estão sendo investigados, estão tendo suas casas vasculhadas, estão sendo presos.

Preocupante, isso sim, são as mazelas sociais que persistem no Brasil, e que neste momento estão se agravando, pela rápida deterioração econômica pela qual estamos passando.

Revoltante é que essas mazelas ainda não foram eliminadas, e que, mesmo assim, prefeitos, governadores, presidente da República e parlamentares apareçam na televisão, em programas partidários, gabando-se do que fizeram (ou acham que fizeram), na maior desfaçatez.

Decepcionante é que não temos mais artistas cantando em verso e prosa essas mazelas, e por isso precisamos recorrer ao passado para falar da situação atual.

Que país é este, nas favelas, no Senado, sujeira pra todo o lado? Que país será este em 2016?

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Neste início de ano tiro duas semanas de férias. Até a volta e um ótimo 2016 para todos nós.

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