Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Junho de 2013

Com herança de protestos e polarização, Jornadas de Junho completam três anos

Manifestações massivas de junho de 2013 podem ser consideradas embrionárias de uma nova forma de participação política no Brasil

 | Henry Milléo/Gazeta do Povo
(Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo)

As Jornadas de Junho, como ficou conhecido o movimento popular e autônomo que levou milhares de brasileiros às ruas em 2013, acabaram de completar três anos. O que começou como um protesto contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo logo somou outras reivindicações e se transformou em um movimento diverso em pautas (do genérico “contra a corrupção” à reforma política), participantes e reações – inclusive por parte da polícia e da classe política. Parecia que o gigante havia acordado.

Veja fotos dos protestos que mexeram com Curitiba

Três anos depois, o país permanece em alerta. Apesar de, em 2013, ainda não ser possível prever a dimensão das manifestações populares que estavam por vir, as Jornadas podem ser consideradas embrionárias de uma nova forma de participação política. De lá para cá, os brasileiros reagiram a uma tumultuada Copa do Mundo; às eleições presidenciais cujos resultados dividiram o país e a um processo de impeachment. O avanço da Operação Lava Jato a passos largos rumo ao Congresso também foi catalisador.

À direita, à esquerda

O analista político Rogério Godinho, que prepara um livro no qual vai abordar o “junho de 2013”, aponta pelo menos dois aspectos das Jornadas determinantes da mobilização social que se organizou no país nos três anos seguintes.

Se de início as manifestações foram convocadas por grupos ligados à esquerda, rapidamente a agenda múltipla de reivindicações superou a categorização por espectro político: todo mundo foi para a rua, inclusive uma parcela da população que não tinha tradição de protestar.

“A primeira fase é a dos protestos sem ligações partidárias, com uma pauta com viés de esquerda, que é a do passe livre. Depois as manifestações crescem e é difícil falar em posicionamento, porque todo mundo estava lá, esquerda e direita. Mas em seguida houve um deslocamento da pauta para reivindicações mais alinhadas com a direita.”

É dessa guinada que surgem e se fortalecem grupos como o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua, peças centrais das manifestações de 2014 a 2016, contra o governo federal.

“Os movimentos de 2013 e 2015 são diferentes, mas se deram no mesmo ambiente. Os grupos de esquerda que começaram os movimentos de 2013 perderam a direção do movimento e a capacidade de impor agenda porque a sociedade heterogênea foi para a rua”, comenta Mario Sergio Lepre, professor de Ciência Política da PUCPR.

Saem siglas, entram pessoas

Para ele, o maior ganho do “junho de 2013” foi o protagonismo do cidadão comum, desvinculado de sindicatos, partidos políticos e outras instituições tradicionais de representação política – nascia um movimento feito por pessoas e não por siglas.

Ainda assim, ele lembra, no ano seguinte a política voltou institucionalizada. “As eleições de 2014 se deram em um ambiente de descontentamento. O sentimento era de mudança, mas o eleito foi a continuidade.” Segundo Lepre, é nesse cenário que a insatisfação popular acumulada desde 2013 passa a ser direcionada ao governo federal, resultando em uma nova onda de protestos em 2015 e 2016.

 | Henry Milléo/Gazeta do Povo

1 de 30

 | Henry Milléo/Gazeta do Povo

2 de 30

 | Henry Milléo/Gazeta do Povo

3 de 30

 | Henry Milléo/Gazeta do Povo

4 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

5 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

6 de 30

 | Albari Rosa/Gazeta do Povo

7 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

8 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

9 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

10 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

11 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

12 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

13 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

14 de 30

 | Henry Milléo/Gazeta do Povo

15 de 30

 | André Rodrigues/Gazeta do Povo

16 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

17 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

18 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

19 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

20 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

21 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo Povo

22 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

23 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

24 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo Povo

25 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

26 de 30

 |

27 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

28 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

29 de 30

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

30 de 30

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.