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Caíto Quintana (ao centro), conversa com outros deputados estaduais: nem o líder do PMDB na Assembleia, que era contra, conseguiu convencer os correligionários a não referendar as supersecretarias | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Caíto Quintana (ao centro), conversa com outros deputados estaduais: nem o líder do PMDB na Assembleia, que era contra, conseguiu convencer os correligionários a não referendar as supersecretarias| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Articulação

Peemedebistas vão a Brasília negociar volta de Fruet

Deputados federais e estaduais do PMDB paranaense foram a Brasília ontem conversar com lideranças nacionais da legenda sobre a melhor maneira de repatriar o ex-deputado Gustavo Fruet (PSDB) à legenda. As negociações começariam ontem, em um jantar na casa do presidente do Senado, José Sarney. Caíto Quintana e Antonio Anibelli Neto representaram a bancada peemedebista no Legislativo estadual na reunião. A missão da dupla era levar o resultado do encontro da bancada na segunda-feira para o senador Roberto Requião, Sarney e o vice-presidente Michel Temer.

Na reunião na casa de Quintana na segunda-feira, a bancada decidiu apoiar a recondução de Fruet à legenda, para que ele concorra pelo partido à prefeitura de Curitiba. De acordo com alguns parlamentares peemedebistas ouvidos pela reportagem ontem na Assembleia Legislativa do Paraná, a restrição de Requião à volta de Fruet ao PMDB – de onde saiu em 2004 depois que a sigla decidiu apoiar Angelo Vanhoni (PT) à prefeitura –, já estaria superada. O encontro na casa de Sarney, segundo os deputados, também seria para tratar de detalhes do projeto do partido para as eleições municipais, incluindo a situação do diretório curitibano.

Greca

Se conseguirem atrair Fruet, os peemedebistas ainda precisariam achar uma saída honrosa para o ex-deputado Rafael Greca, apresentado por Requião há dois meses como o pré-candidato do partido à prefeitura. Greca já disse que não pretende abrir mão de sua candidatura.

Os deputados peemedebistas ouvidos pela reportagem têm a esperança de que a volta de Fruet ao partido e o lançamento dele à prefeitura curitibana traga reflexos para a legenda em todo o estado. A volta de Fruet, na opinião dos peemedebistas, só naufragaria em caso de um possível recuo do governador Beto Richa em decidir lançar o ex-deputado como candidato tucano em Curitiba em vez de apoiar a reeleição do prefeito Luciano Ducci (PSB)."O PMDB tem tempo de tevê, tem estrutura e prefeituras, mas não tem um líder. O Fruet saiu em circunstancias alheias à sua vontade e sua volta não seria tão desgastante, pois poderíamos compor uma coligação ampla", acredita um deputado do PMDB que pediu para não ser identificado. (SM)

Reforma administrativa vai custar R$ 8,6 milhões por ano

A reforma administrativa do governo Beto Richa, aprovada ontem pela Assembleia, custará aos cofres públicos pelo menos R$ 8,6 milhões adicionais com os 295 novos cargos comissionados (de livre nomeação) que foram criados – um aumento de 8% no número de vagas em comissão do governo, que hoje é de 3,6 mil servidores. Além disso, a reforma concentrará poderes nas mãos de familiares do governador.

Leia a matéria completa

O PMDB pensa de um jeito e vota de outro

Se havia alguma dúvida sobre a ansiedade com que a bancada do PMDB quer se entregar ao governo Beto Richa, essa dúvida se desmanchou ontem quando da votação, na Assembleia, dos projetos de criação de duas supersecretarias de estado. Quase todos os 12 deputados da bancada votaram a favor das propostas; apenas um, Nereu Moura, preferiu a abstenção; o líder da bancada, Caíto Quintana, deixou o plenário.

Leia a coluna de Celso Nascimento na íntegra

  • Gustavo Fruet: menos de um mês para se decidir.

Sem a resistência que o PMDB ensaiou fazer, a Assembleia Legis­­­la­­­tiva do Paraná (Alep) aprovou ontem a criação das "supersecretarias" de Infraestrutura e Logística e da Família e Desenvol­­­vimento Social, propostas pelo governo Beto Richa (PSDB). As duas novas superpastas são ocupadas, desde janeiro, por José "Pepe" Richa Filho e Fernanda Richa, respectivamente irmão e esposa do governador.

Apenas 3 dos 12 deputados do PMDB, que preferiram se abster da votação, e os seis deputados do PT, que votaram contra a proposta, formaram a resistência à reforma administrativa promovida por Richa. No total, 38 deputados referendaram, em última votação, os projetos do governo – que agora só dependem da sanção de Richa para entrar em vigor.

Peemedebistas governistas

A votação de ontem deu um forte indicativo de que o PMDB da Assembleia integrará a base de apoio do governo, embora Richa fosse de oposição ao ex-governador peemedebista Roberto Requião, que comandou o estado até o ano passado.

Antes da sessão, o líder do PMDB na Assembleia, deputado Caíto Quintana, anunciou que a bancada do partido se reuniu na noite anterior e decidiu que cada parlamentar poderia votar como quisesse. Caíto disse que se absteria da votação e afirmou acreditar que a maior parte dos 12 deputados do partido também faria o mesmo. A postura seria um alerta para o governo: "Não vamos votar contra o projeto, pois achamos que o governo tem a liberdade para escolher o modelo de gestão. Porém, entendemos que o modelo escolhido é ruim para o estado e ruim para o próprio governo", disse. Mas a previsão de Caíto não ocorreu: nove peemedebistas referendaram os projetos de Richa – inclusive o presidente estadual do partido, Waldyr Pugliesi.

Caíto não participou da sessão, pois viajou a Brasília para uma reunião com a cúpula nacional do partido acompanhado do também deputado peemedebista Antonio Anibelli Neto, outro que se manifestou publicamente contra o projeto governista. Nereu Moura foi o único peemedebista a ficar no plenário que manifestou sua abstenção no painel eletrônico.

Debates acalorados

Se a proposta governista foi aprovada sem dificuldades, os debates no plenário foram mais acalorados do que o normal. O líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), contestou as declarações do líder da oposição, deputado Enio Verri (PT), de que as supersecretarias concentrarão cerca de 80% do orçamento do governo.

Segundo Traiano, a nova Secretaria de Infraestrutura terá 1,52% da receita de investimentos do estado e não do orçamento, o equivalente a R$ 358 milhões em 2011. Já para a Secretaria da Família será destinado 0,87% ou R$ 204 milhões em investimentos.

"O deputado Verri foi secretário do Planejamento e é economista, mas sua matemática está equivocada. Ele não poderia ter falado que 80% do estado ficariam vinculados às duas secretarias. Foi uma informação distorcida", disse o líder do governo.

O líder da oposição assumiu o erro, corrigindo que as pastas acumulam 80% da capacidade de investimento do estado e não do orçamento. Apesar disso, ele criticou a proposta. "Não estamos discutindo o modelo de gestão, que é um retocesso político", disse.

Outra discussão que reapareceu foi quanto ao nepotismo. Traiano comparou a participação familiar no governo tucano com a que ocorreu na gestão do ex-governador Roberto Requião (PMDB). "Nunca critiquei a ex-primeira dama, ou o secretário Maurício Requião. Diferente do Eduardo Requião que envergonhava o estado", disse Traiano.

A declaração foi rebatida por Tadeu Veneri (PT), que disse o atual nepotismo é o mesmo do governo anterior. A diferença, disse Veneri, é que agora os ex-oposicionistas o defendem.

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