• Carregando...
Ronaldo Caiado (DEM-GO): oposição “truculenta” e experiente | Wilson Dias/Abr
Ronaldo Caiado (DEM-GO): oposição “truculenta” e experiente| Foto: Wilson Dias/Abr

Ronaldo Caiado

Líder do DEM  estudará a fundo o regimento para fazer oposição mais efetiva no Senado

Antes mesmo de tomar posse do mandato no Senado, o goiano Ronaldo Caiado (DEM) já costurou com seus correligionários para exercer a liderança de seu partido. A atuação dele como parlamentar, que costuma usar palavras fortes para criticar os inimigos, é muitas vezes descrita por colegas como "truculenta". Um dos episódios de conflito na Câmara ocorreu no ano passado, durante a votação da MP dos Portos, quando, confrontando Anthony Garotinho, o chamou o deputado carioca de "chefe de quadrilha" que deveria estar "na cadeia e não no plenário da Câmara". Fora da Câmara, envolveu-se em uma briga durante um ato de campanha, em 2010, quando foi acusado de agredir um prefeito de um município goiano. No Senado, a primeira briga que Caiado pretende comprar é com Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo o goiano, Renan preside com "liberdade excessiva" a Casa para auxiliar o governo. O oposicionista promete estudar a fundo o regimento para encontrar mais espaço de atuação contra a gestão Dilma.

  • Tasso Jereissati (PSDB-CE): embates com adversários e aliados

Diferentemente do primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff (PT) não deve ter um ambiente de calmaria no Senado a partir deste ano. O governo já se prepara para enfrentar uma oposição mais aguerrida e uma base aliada pouco fiel.

Formalmente, os partidos que não apoiaram a reeleição de Dilma somarão 29 senadores, e a base aliada, 52. Na prática, porém, o governo trabalha com um cenário em que a oposição efetivamente contará com 20 integrantes no Senado e a base terá, em princípio, 39. Nesse mapeamento, 22 senadores serão independentes ou vão impor condições para seu apoio na votação de projetos ou em CPIs, sem alinhamento automático.

Qualificação

Apesar de numericamente em desvantagem, a oposição estará mais qualificada e experiente, com o reforço de nomes de peso como José Serra (PSDB-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) – além de já contar com o candidato derrotado à Presidência na eleição presidencial brasileira mais disputada da história, Aécio Neves (PSDB-MG), e seu vice Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). E os oposicionistas também apostam nas defecções na base aliada.

Lava Jato

Aliados do Planalto avaliam ainda que a correlação de forças tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados pode ser implodida por novas revelações da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Deputados e senadores esperam uma "avalanche" de denúncias atingindo o Congresso. Até agora foram presos executivos de empreiteiras e ex-diretores da Petrobras. Mas os delatores do esquema citaram dezenas de parlamentares federais em seus depoimentos à Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF).

Debate acirrado

A nova composição do Senado já foi tema de uma reunião do ex-presidente Lula com os senadores do PT em novembro. Na ocasião, os parlamentares petistas previram que o debate político será mais difícil a partir de 2015, tanto pelo resultado apertado da eleição, que deu fôlego à oposição, quanto pelos quadros do PSDB e do DEM eleitos. Mas eles também veem um lado positivo no time de estrelas que vai integrar a oposição. Afirmam que as negociações serão de mais alto nível no dia a dia do Senado.

Tasso ficou marcado pela agressividade

Tasso Jereissati (PSDB-CE) volta ao Senado a partir de fevereiro. Ele ficou conhecido pela atuação agressiva contra parlamentares da base governista, como o hoje ministro Aloizio Mercadante (PT) e também pelos embates internos com os colegas do próprio partido.

A polêmica mais célebre foi o bate-boca com o então líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, em 2009. Na ocasião, ambos trocaram acusações e palavras de baixo calão. Tasso foi chamado de "coronel de m..." por Renan e chamou o hoje presidente do Senado de "cangaceiro de terceira categoria". Acusou Renan de andar em jatos de empreiteiros e gritou para que o alagoano não lhe apontasse "o dedo sujo".

O temperamento forte de Tasso já respingou em seus colegas de partido. No fim do governo FHC, a relação azedou com dois que estarão ao seu lado no Senado a partir do próximo ano: José Serra, com quem disputou a indicação do PSDB para ser o candidato à Presidência em 2002, e Aloysio Nunes Ferreira, então ministro da Justiça. Pessoas próximas a Tasso garantem que hoje ele está mais calmo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]