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Ex-vereador

"Ficha-suja" é demitido do gabinete do senador

O Senado determinou a demissão do assistente parlamentar Nerigleikson Paiva de Melo do gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Casa. Em junho, ele havia sido admitido no escritório político de Renan em Alagoas. Nery, como é conhecido, perdeu a vaga na Câmara de Maceió em 2009 sob acusação de trocar dinheiro e combustível por votos nas eleições de 2008.

Renan emprega em seu gabinete 12 filiados e ex-filiados ao PMDB de Alagoas. Ontem, o senador subiu à tribuna da Casa para defender a nomeação de funcionários apadrinhados. "Estamos sendo criticados por uma iniciativa positiva que foi promover o enxugamento de gastos sem precedentes", disse. Segundo Renan, desde fevereiro a gestão economizou R$ 169,4 milhões.

Sob o comando de Renan Calheiros (PMDB-AL), o Senado passou a ter neste ano mais funcionários admitidos por apadrinhamento do que por mérito. Nove meses após a posse de Renan, a Casa tem 3.241 funcionários comissionados, nomeados por meio de indicação. Já a folha de servidores efetivos conta, agora, com 2.991 pessoas.

O Ministério Público Federal em Brasília abriu inquérito civil no mês passado para investigar o loteamento partidário nas nomeações. A investigação parte da suspeita de possível abuso na contratação de um "número exacerbado" de indicados.

Na avaliação preliminar de um procurador da República que analisa o caso, os números de 2013 configuram o descumprimento de uma orientação do Ministério Público para que menos da metade dos cargos seja ocupado por comissionados.

Renan assumiu a presidência do Senado em fevereiro e anunciou corte de custos e na folha de pessoal. Entre as medidas, suspendeu por 180 dias, vencidos em outubro, a nomeação dos selecionados por meio de concurso. A promessa era economizar cerca de R$ 300 milhões até o ano que vem.

De lá para cá, apenas três servidores efetivos foram contratados, segundo o Portal da Transparência do Senado. Mas a porta de entrada para apadrinhados continuou aberta. Foram 542 admissões, bem mais que o suficiente para repor aposentadorias, afastamentos e exonerações.

A folha do Senado consome perto de R$ 3 bilhões anuais. A quantidade de apadrinhados cresceu 55% desde 2003 e nada menos que 775% a partir de 2000, quando havia apenas 370 funcionários nessa condição. As despesas não incluem os salários de mais de 2 mil trabalhadores terceirizados de empresas que têm contratos com a Casa.

Em nota, o Senado informou que os cargos comissionados atendem "conveniência e necessidade" da administração e destinam-se a atividades de assessoramento técnico e de secretariado. Segundo a nota, o total de cargos efetivos é de 4.103, mas boa parte está vaga e depende de autorização legal e previsão no orçamento para o seu preenchimento. Para 2013, segundo o órgão, está autorizada a ocupação de 294 cargos.

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