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Com Temer, política volta ao Planalto, diz paranaense que é seu braço-direito

Desde 2011, quem quer falar com o agora presidente interino tem de passar por Rodrigo Rocha Loures

“Guardião” da agenda de Temer, Rocha Loures é um dos mais fiéis aliados do novo presidente Michel Temer. | Brizza Cavalcante/Câmara dos Deputados
“Guardião” da agenda de Temer, Rocha Loures é um dos mais fiéis aliados do novo presidente Michel Temer. (Foto: Brizza Cavalcante/Câmara dos Deputados)

Desde 2011, quando Michel Temer (PMDB) assumiu a vice-presidência, qualquer pessoa que queira falar com o peemedebista tem de passar antes por um paranaense: o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures. Sem o aval dele, nada feito. O endereço de trabalho de Rocha Loures agora mudou do acanhado prédio da vice-presidência para o imponente Palácio do Planalto.

Mas o papel de “guardião” da agenda de Temer continua em suas mãos. Desta vez, porém, a atribuição passará a ser dividida com outros assessores e ministros. “Os canais [para chegar a Temer] vão aumentar”, diz o secretário-executivo do novo presidente.

Mas isso não significará menos trabalho para Rocha Loures. Um presidente tem muito mais atribuições e poder que um vice. E, consequentemente, há mais pessoas que querem chegar a ele. Antes mesmo de Temer assumir a Presidência, Rocha Loures começou a ser mais demandado. “Muita gente tem me procurado [para falar com o novo presidente].”

O perfil de Temer, mais aberto à negociação do que a presidente afastada Dilma Rousseff, também indica que o paranaense terá mais serviço a partir de agora. Mas ele não vê isso como problema. E sim como solução. Para o Brasil.

“Com Temer, a política volta ao Planalto, de onde nunca deveria ter saído. Lula era política no Planalto. Fernando Henrique era política no Planalto. Collor não era. E Dilma não foi”, diz Rocha Loures. “E é a política que vai tirar o país da crise.”

Recebendo no Palácio do Jaburu políticos insatisfeitos com Dilma para ouvir suas ideias, Temer conseguiu em pouco tempo montar uma ampla base aliada no Congresso. Ofereceu cargos no novo governo. O efeito colateral foi levantar a desconfiança de expressiva parcela da população. O novo governo e a base no Congresso, enfim, têm partidos que até há pouco tempo estavam ao lado da presidente afastada. Mas é com essas siglas que, pragmaticamente, Temer pretende aprovar rapidamente as medidas que entende necessárias para a retomada do crescimento econômico e para equilibrar o caixa do governo.

Não sem antes negociar com os aliados. Rocha Loures diz que a estratégia do novo presidente é só levar a votação projetos que tenham sido discutidos previamente com a base. E que tenham consenso. Mais um indicativo de que o paranaense não terá sossego nos próximos meses. Afinal, várias das propostas de Temer são polêmicas e impopulares. Muita gente ainda vai bater na porta de Rocha Loures. Para reclamar ou dar seus pitacos.

Confiança de Temer foi conquistada aos poucos

Rodrigo Rocha Loures conquistou a confiança de Michel Temer aos poucos. Empresário da indústria de alimentos Nutrimental, Rocha Loures se candidatou a deputado federal em 2006 pelo PMDB. Elegeu-se. E, devido a sua formação e experiência na área de administração de empresas, acabou ocupando um espaço na bancada que até então era de Delfim Neto, que não conseguiu se reeleger naquele ano.

Foi escolhido pelo PMDB para ser membro da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, onde se especializou nesses temas. O desempenho na comissão, diz Rocha Loures, o levou à vice-liderança da bancada.

Foi quando, em 2008, passou a ter mais contato com Temer, que era deputado e presidente do PMDB. A crise financeira daquele ano aproximou os dois ainda mais, pois o partido começou a discutir medidas para evitar que o país entrasse em recessão.

Logo depois, em 2009, o paranaense coordenou a campanha que elegeu Temer presidente da Câmara. No ano seguinte, Rocha Loures foi candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo então senador Osmar Dias (PDT). Perdeu a eleição e ficou sem mandato. Mas Temer chegou à vice-presidência na coligação que levou Dilma Rousseff ao Planalto. E convidou o paranaense para ser seu assessor direto, função que ocupa desde então.

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