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O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, afirmou nesta sexta-feira (24) que o relatório final do grupo apresentará lacunas a serem preenchidas por comissões locais espalhadas pelo país.

"A comissão não esgotará todo o processo. Deixaremos investigações para serem conduzidas por outras comissões da verdade", disse Dallari, antes de sessão do grupo no Arquivo Nacional, no Rio.

Dallari disse não ver problemas em deixar lacunas. Para ele, os resultados das mais de cem comissões espalhadas pelo país não deixarão disperso o relato oficial sobre o período da ditadura militar (1964-1985).

"O que abunda não prejudica. Quanto mais gente estiver pesquisando melhor. A CNV tem ciência das responsabilidades mas também das nossas limitações. A comissão não começou nem acabará com a pesquisa sobre esse período. Vamos colaborar com quem continua esse trabalho", disse Dallari.

A comissão deve entregar seu relatório no final de dezembro. As audiências públicas serão concentradas no primeiro semestre, e a confecção do documento no segundo.

Sessão pública

A CNV promove nesta sexta, com as comissões da verdade do Rio e de Pernambuco, sessão pública na qual aguardava a presença de dois agentes da ditadura militar. O capitão Celso Lauria, porém, apresentou atestado médico para não ir. "Duvido que a Justiça aceitaria esse atestado para não comparecer a essa audiência", disse Wadih Damous, presidente da CEV-RJ.

As comissões aguardam ainda a presença do sargento Euler de Moraes. A expectativa da presença dos agentes levou ao preparo de forte esquema de segurança. Um delegado e seis agentes da Polícia Federal acompanham a sessão e revistam os espectadores.

A sessão vai colher depoimentos sobre os casos de Chael Charles Sheirer e Severino Viana Colou, ambos mortos sob tortura na sede da Polícia do Exército na Vila Militar. Sheirer era estudante de Medicina e militante do grupo VAR-Palmares, o mesmo em que atuou a presidente Dilma Rousseff durante a ditadura. Colou era sargento da Polícia Militar da Guanabara e integrou o Comando de Libertação Nacional (Colina).

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