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No voto em que pedirá a cassação de José Dirceu, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) elencará 13 situações em que, "por ação ou omissão", o petista quebrou o decoro parlamentar. O ponto central do relator será provar essa tese e a da competência do Conselho de Ética, questionadas pela defesa.

Fez chover – Delgado sustentará que Dirceu foi fundamental para a concessão dos empréstimos do Banco Rural e do BMG ao PT e a Marcos Valério, que caracterizará como "atípicos", "fora das características dos bancos".

Condições únicas – Ainda sobre os empréstimos, o relator vai assinalar que foram os primeiros desse gênero com um partido político, feitos tão logo o PT chegou ao poder e jamais cobrados ou executados.

É ele – Em seu voto, Delgado afirmará ainda que o Roberto Marques autorizado a sacar das contas de Marcos Valério é mesmo o "assessor informal" de José Dirceu.

No esquema – Para o relator, o fato de que no lugar de Roberto Marques sacou um funcionário da corretora Bônus-Banval só faz aproximar Dirceu do valerioduto.

Dúvida cruel – O relatório de Josias Quintal (PSB-RJ) sobre Romeu Queiroz (PTB-MG) é uma incógnita para os membros do Conselho de Ética. Em conversas com colegas, ele ora dá mostras de que pedirá a cassação, ora se inclina pela absolvição do petebista.

Testa marcada – Caso se confirme a debandada de "mensaleiros" em série, o Psol lançará uma campanha com o slogan "Casse você quem renunciou para fugir da cassação". O partido pretende dar ampla divulgação a uma lista com todos os deputados que utilizarem esse expediente.

Complicômetro – O temor do governo em ver Gilberto Carvalho sentado no banco da CPI dos Bingos subiu de patamar com a revelação de que o chefe-de-gabinete de Lula recebeu o irmão do presidente e um empresário interessado em fazer negócio com a Petrobrás. A acareação com os irmãos Daniel será na semana que vem.

Mão na roda 1 – O Ministério Público Federal dará sua contribuição ao esforço petista para empastelar a CPI dos Correios: prepara ação para suspender a contratação de auditorias. Diz que o procedimento não pode dispensar licitação.

Mão na roda 2 – A oposição alega que as auditorias serão essenciais para tipificar os crimes investigados pela CPI. Por isso mesmo os governistas querem licitação, que não demoraria menos de seis meses.

Trocando as bolas – Com sua análise comparativa da gripe aviária e da febre que atinge o rebanho bovino brasileiro, Lula faz lembrar o Barão de Itararé, que em cartas aos amigos costumava se despedir com "aftosas saudações".

A vida continua 1 – Como outros petistas, Antônio Palocci adota a linha "o pior já passou". O ministro da Fazenda intercedeu junto ao governo paulista para que sua Ribeirão Preto não ficasse fora do projeto dos Parques Tecnológicos.

A vida continua 2 – A cidade, que não constava do projeto inicial, será o quinto pólo tecnológico do estado. A prefeitura de Ribeirão é hoje tucana, o que contribuiu para a boa vontade do governo Alckmin.

Lei do mais forte – A permanência da cláusula de barreira deve ser o ingrediente que faltava para a fusão de siglas como PSB e PC do B. A primeira, que se armou para cumprir a exigência, espera anexar o partido de Aldo Rebelo em 2007.

Tiroteio

* Do deputado Eduardo Sciarra (PFL-PR) sobre o ex-ministro José Dirceu, que em entrevista disse mentir "raramente":

– Vai ver uma dessas raras ocasiões foi aquela em que ele declarou estar cada vez mais convencido de sua inocência.

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