
Condenado a quase 19 anos de prisão por envolvimento no escândalo dos Diários Secretos, o ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná Abib Miguel conhecido como Bibinho pode ser notificado da decisão pelo oficial de Justiça a partir de hoje. A sentença condenatória pelos crimes de peculato (apropriação de dinheiro da Assembleia), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro também deve ser publicada no Diário da Justiça nesta quarta-feira. O advogado do ex-diretor, Eurolino Reis, afirma que deve recorrer da decisão até o próximo dia 20, prazo máximo para apresentar a contestação.
A condenação refere-se ao processo instaurado para investigar um dos "braços" do esquema de desvio de dinheiro da Assembleia por meio da contratação de funcionários fantasmas. Esse "braço" envolve o ex-funcionário da Assembleia Daor Afonso Marins de Oliveira e vários familiares dele.
Além desse processo, outra denúncia criminal em que Abib Miguel é acusado dos mesmos crimes está próxima de um julgamento. Essa ação trata do envolvimento de Bibinho em outra ramificação do esquema, ligada ao também ex-servidor da Assembleia João Leal de Matos.
Pesquisa no trâmite do processo mostra que a ação está concluída desde agosto do ano passado e aguarda apenas a sentença. Segundo denúncia do Ministério Público (MP), oito parentes de Leal eram funcionários fantasmas da Assembleia. Bibinho ainda é acusado de ligação com outra ramificação do esquema, ligada a Douglas Bastos Pequeno, que teria contratado 16 funcionários fantasmas, segundo o MP.
Ações
Ao todo, há dez ações penais que tramitam na 9.ª Vara Criminal de Curitiba sobre o caso dos Diários Secretos. Sete já receberam sentenças, que resultaram na condenação de 13 pessoas. Outras três estão concluídas uma que envolve Bibinho e outras duas que citam a família Leal e os ex-diretores da Assembleia Claudio Marques da Silva e José Ary Nassif.
Há ainda sete ações por improbidade administrativa que citam os ex-diretores, ex- servidores da Assembleia, além dos deputados Nelson Justus (DEM), Alexandre Curi (PMDB) e Nereu Moura (PMDB), e os ex-parlamentares Hermas Brandão e Geraldo Cartário. As ações tramitam em primeira instância (algumas em segredo de Justiça) e nenhuma foi julgada até agora.



