Confabulações no litoral

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"Quem faz política não tem vontade própria. Minha vontade é ser deputado federal mas, se o governador Requião achar que tenho perfil para ocupar um cargo, darei minha contribuição."

André Vargas (PT), deputado federal.

Confabulações no litoral – O "time do ministro do planejamento Paulo Bernardo", como definiu o deputado federal André Vargas (PT), que reúne lideranças do partido, está aproveitando as férias de verão no litoral para discutir o futuro do PT na nova administração do governador Roberto Requião.

Confabulações no litoral II – Ontem o time jantou no restaurante Casa do Camarão em Caiobá para definir algumas indicações. O consenso apontou alguns nomes que o PT considera como grandes contribuições para o governo estadual. Na lista estão Professor Luisão, primeiro suplente de deputado estadual do partido e o deputado estadual Ênio Verri (PT). Valter Bianchini, atual Secretário Nacional da Agricultura Familiar, é considerado a melhor indicação do PT para a secretaria da agricultura.

Sem férias – Ao contrário do presidente Lula, que aproveita alguns dias de férias desde sábado, tanto o governador Roberto Requião como o vice, Orlando Pessuti, não terão tanto tempo para descansar. Segundo Pessuti, não foi possível um período tão longo de descanso desde 2003. Ele promete relaxar um pouco apenas no carnaval, que passará em Matinhos, onde tem apartamento.

Pedidos – O Palácio Iguaçu faz hoje os últimos preparativos para receber a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, que chega amanhã a Curitiba. Ela ficará dois dias conversando com a equipe de governo sobre as reivindicações do Paraná ao governo federal. Dilma já recebeu um documento com os pontos a serem discutidos e dará resposta a boa parte deles.

Volta – O prefeito Beto Richa reassume a prefeitura de Curitiba hoje, depois de duas semanas de férias. Ele foi para os Estados Unidos com sua família. Nesse período, Curitiba ficou nas mãos do vereador Jair Cézar e desde o dia 31, nas de Luciano Ducci, vice-prefeito.

Gastos – Os municípios brasileiros têm 16,48% menos vereadores nas câmaras municipais desde 2005 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas, contrariando as expectativas, o Legislativo municipal gerou, em 2005, 7,58% mais gastos que em 2004, ou seja, R$ 400 milhões. A constatação é do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), que pesquisou 2.412 dos 5.562 municípios brasileiros. A média de gastos no Paraná foi superior ao índice nacional e atingiu 11,51%.

Verba – O economista e coordenador do estudo, François Bremaeker, entende que não é só o salário do vereador que pesa na estatística. "Têm salários dos funcionários, reformas nos prédios, material de expediente e frota", exemplifica. A folha de pagamento dos servidores, lembra, tem reajuste anual. "No ano de 2005, a alta foi de 16,67%, enquanto que a inflação ficou no patamar de 2,5%."

Redução – Até 2008 as câmaras brasileiras terão 8.481 vereadores. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que requer a retomada do quadro de 2004 tramita na Câmara Federal. Ela seria votada no último dia 20 de dezembro, depois de obter parecer favorável da Comissão Especial, mas a sessão foi cancelada. Os novos parlamentares, eleitos em outubro, voltam ao trabalho teoricamente no dia 2 de fevereiro, que cai numa sexta-feira. Não há confirmação de quando a PEC entrará na pauta.

Topo – A pesquisa do Ibam se baseou em dados da Secretaria do Tesouro Nacional dos anos de 2004 e 2005. No Paraná, foram pesquisados 120 dos 399 municípios. A maior elevação foi registrada na Câmara Municipal de Santa Cruz do Monte Castelo. O município tem 7741 habitantes e fica na Região Noroeste. Em 2004, o orçamento da Câmara foi de R$ 57.495 e em 2005 passou para R$ 189.207, ou seja, um aumento de 229,08%.

Exemplo – A maior queda de gastos foi verificada em Indianópolis, também no Noroeste do Paraná. A Câmara, que representa os 4.132 habitantes, gastou R$ 106.461 em 2004 e apenas R$ 60.697 no ano seguinte, uma redução de 42,99%.

Pinga-fogo

Os atleticanos estão tomando conta da política do estado. Primeiro, dominaram o Executivo, com Roberto Requião e Orlando Pessuti assumindo o governo. Agora, devem estender o domínio também à Assembléia Legislativa ••• Nelson Justus, praticamente eleito presidente do Legislativo, é atleticano roxo. Carregará junto com ele, provavelmente, alguns torcedores coxa-branca, como Alexandre Curi e Antônio Anibelli ••• Mas quem mais perde mesmo com a troca de mandatos é o Paraná Clube. O mais ilustre torcedor a ocupar cargo importante na política local era Hermas Brandão, que deixa a presidência da Assembléia Legislativa no fim deste mês.