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O segundo dia de fechamento da pista principal de Congonhas começou com atrasos. Até 8h, a Infraero registra 10 vôos com atraso - sete partidas e três chegadas. O vôo 02401 da Varig, com destino ao Rio de Janeiro, estava marcado para 6h24m e partiu às 7h20m, quase uma hora depois. O vôo 02620, para Brasília, de 7h06m, deve decolar às 8h20m. As chegadas com atraso são de Joinville (vôo 03036, da TAM), do Rio de Janeiro e de Recife (vôos da Gol).

Dois vôos da OceanAir para Porto Alegre e Araçatuba, que deveriam ter partido antes das 7h (6h14m e 6h59m), ainda não têm horário confirmado. Ontem, primeiro dia de obra na pista, Congonhas registrou entre 5h30m e 19h, 56 atrasos e nove cancelamento de vôos. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, responsabilizou as companhias aéreas pelos atrasos, que causaram muitos transtornos aos passageiros. As empresas responsabilizaram o mau tempo.

A pista auxiliar tem 500 metros a menos. Para conseguir frear na pista menor, as aeronaves têm de ser mais leves do que na principal. As companhias aéreas podem conseguir reduzir o peso diminuindo a carga, o número de passageiros ou voando com menos combustível. O presidente da Infraero explicou que os modelos mais afetados pelo tamanho da pista são o Boeing 737-800 e o Fokker.

Segundo Pereira, todas as empresas foram avisadas com antecedência do fechamento da pista principal para obras por 45 dias. "Não há desculpa por ser o primeiro dia. As companhias foram avisadas com muita antecedência. Todas as empresas aéreas sabiam. Se alguma diz que não sabe é mentira. Emitimos notas e fizemos audiências públicas sucessivamente. É claro que ajustes acontecem, mas não justificam atrasos", afirmou. "Qualquer afirmação neste sentido é balela", completou.

O presidente da Infraero acredita que os passageiros ainda poderão enfrentar problemas até quarta-feira, já que neste período ocorrerá uma 'acomodação de rotas'.

Na manhã de segunda, a Varig teve de transferir para Guarulhos o vôo 2622, que deveria sair de Congonhas às 9h27m rumo a Brasília. A primeira informação era de que a companhia havia sido informada na última hora de que a aeronave não poderia pousar em Congonhas porque estava acima do peso previsto . Segundo o brigadeiro, a Varig sabia que aviões com mais de 70% de lotação não poderiam pousar ou decolar em Congonhas e mesmo assim a companhia insistiu em vender todos os bilhetes. A assessoria de imprensa da Varig e da Gol afirmou, porém, que os problemas foram causados pelo mau tempo.

O presidente da Infraero disse que pelo menos três aeronaves tiveram suas rotas desviadas, porque os pilotos ficaram preocupados em pousar com a pista molhada no aeroporto. Pereira ressaltou, porém, que este tipo decisão é tomada pelos próprios pilotos, que têm autonomia para garantir a segurança dos passageiros e da tripulação.

"A pista molhada é uma decisão do piloto. Ele tem autonomia para decidir onde vai pousar. Garanto que a pista auxiliar teve sua geometria corrigida. A pista foi recuperada para ter escoamento perfeito de água", disse ele.

O presidente da Infraero admitiu, porém, que a obra da pista auxiliar, única em operação a partir desta segunda-feira, ainda não está totalmente encerrada. Segundo ele, ainda faltam as ranhuras na pista (grooving), que tornam o piso menos escorregadio e aumentam a aderência dos pneus da aeronave. E informou que apenas na quinta-feira, dia 17, as ranhuras serão feitas.

A Varig não se manifestou sobre a segurança no uso da pista auxiliar, que ainda não tem as ranhuras de escoamento de água e que aumentam a aderência dos pneus das aeronaves.

A chuva que caiu na manhã de ontem na capital paulista foi fraca, mas teria sido suficiente para causar transtorno aos vôos das duas companhias. Nesta terça-feira, não há previsão de chuva na cidade.

Apesar da falta das ranhuras, o presidente da Infraero afirmou que a pista auxiliar não tem mais problema de acúmulo de água. Disse ainda que a chuva não causa apenas acúmulo de água na pista, mas pode provocar também problemas de visibilidade. Nesta manhã, a chuva que caiu na capital paulista foi fraca, quase uma garoa.

A pista principal do aeroporto será liberada em 45 dias. Mesmo depois deste período, porém, a Infraero ainda levará mais 90 dias para concluir totalmente os serviços, por conta de obras complementares.

Essas obras complementares, segundo a Infraero, serão feitas durante a madrugada, fora do horário de funcionamento do aeroporto, que está operando entre 5h30m e meia noite de segunda a sexta-feira. Sábados, das 6h às 23h; e domingo das 7h a meia-noite.

A pista principal teve de ser reformada porque apresentou problemas de drenagem. Toda vez que chove há o acúmulo de água e interdição das operações, por conta do risco de derrapagem. No último ano, quatro aviões derraparam em Congonhas. Num dos casos, um avião da BRA ultrapassou a pista e por pouco não atingiu a Avenida Washington Luiz. A Infraero nega que estes incidentes tenham sido causados por problemas na pista, que foi asfaltada em 1940 e até agora não tinha passado por nenhuma reforma.

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