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Cândido Vaccarezza é o nome mais forte para a liderança do PT na Câmara | José Cruz/ABr
Cândido Vaccarezza é o nome mais forte para a liderança do PT na Câmara| Foto: José Cruz/ABr

A pouco mais de 20 dias das eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, parlamentares se envolvem em outras disputas internas nas duas Casas. Em jogo estão escolhas para as lideranças dos partidos políticos. Tradicionalmente, os líderes dos partidos negociam acordos para as indicações destinadas aos cargos de comando. Mas nem por isso a batalha política e as articulações são deixadas de lado.

Deputados e senadores afirmam que as negociações se intensificaram porque 2009 será o ano preparatório para as eleições majoritárias nas quais, pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai ser candidato. A ausência de Lula no páreo funciona como elemento extra para uma espécie de cabo de guerra entre aliados governistas e os integrantes da oposição.

No entanto, mesmo com uma disputa intensa, a expectativa tanto na Câmara como no Senado é de que ocorram poucas mudanças em relação às lideranças das legendas. A maioria dos partidos deve manter os atuais líderes no comando. Assim como na corrida pelos cargos máximos do Legislativo, PMDB e PT é que apresentam as maiores incertezas.

Câmara

Na liderança do PT na Câmara, há habitualmente um rodízio entre os parlamentares. A briga para a sucessão do petista Maurício Rands (PE) na liderança está agitada e envolve cinco candidatos: Cândido Vaccarezza (SP), Paulo Teixeira (SP), Dr. Rosinha (PR), Iriny Lopes (ES) e Fernando Ferro (PE).

Para representar os deputados do partido, o mais cotado é Vaccarezza. Ligado à corrente PT de Luta e de Massa, identificada com a ex-ministra do Turismo Marta Suplicy. Vaccarezza é considerado um operador eficiente.

Segundo os líderes, sua candidatura ganha força porque ele teria o perfil para colocar em prática uma das exigências da Executiva do PT que é a abertura de diálogo com outros partidos. No entendimento dos dirigentes petistas, a viabilidade de uma candidatura petista para a sucessão presidencial de 2010 passa por uma mudança no posicionamento do partido que está atualmente voltado para questões internas e com pouco trânsito entre demais legendas e o eleitorado.

Embora consiga ter esse entendimento tão necessário ao PT com outras legendas, a liderança de Vacarrezza ainda esbarra em resistências em meio às várias correntes internas do partido. A definição do PT ocorrerá na primeira semana de fevereiro.

No PSDB da Câmara, os tucanos ainda avaliam se reconduzem o deputado José Aníbal (SP) , mas os deputados Paulo Renato (SP) e Emanuel Fernando (SP) também disputam a liderança. Entre os democratas, o deputado Ronaldo Caiado (GO) já é considerado o novo líder. Os peemedebistas já decidiram reconduzir o deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

Senado

No Senado, a disputa que chama atenção é pela liderança do PMDB no Senado. O ex-presidente da Casa Renan Calheiros (AL) teria conseguido o aval de governadores peemedebistas e de 14 dirigentes dos Diretórios Estaduais garantindo o apoio para que ocupe o cargo de líder da legenda neste ano.

O atual líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), é que trabalha nos bastidores para evitar a reabilitação política de Renan, que mergulhou o Senado durante sete meses em um festival de escândalos durante sua passagem pela presidência. Pressionado, Raupp estaria disposto a repassar o cargo para Renan e assumir a liderança do governo no Congresso, que deve ficar sem a senadora Roseana Sarney (MA). Ela vai passar por uma cirurgia e se licenciar.

A bancada do PT do Senado já está organizada. Escolheram o senador Aloizio Mercadante (SP) para substituir a senadora Ideli Salvatti (SC), a partir de fevereiro. Os principais partidos de oposição optaram por manter seus líderes no Senado. O DEM pela nona vez vai reconduzir o senador José Agripino Maia (RN) no comando do partido. No PSDB, permanece o senador Arthur Virgílio (AM), que desde 2002 ocupa a vaga.

Presidências das comissões também estão em disputa

Deputados e senadores também estão em campanha aberta para presidir as comissões permanentes das duas Casas. Mas as negociações ainda estão incertas porque dependem das eleições das presidências da Câmara e do Senado. Nas duas Casas, a comissão mais cobiçada é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que tem influência direta na tramitação dos projetos. Na Câmara, a CCJ deve permanecer na cota do PMDB e ser comandada pelo deputado Tadeu Filippelli (DF). A CCJ do Senado deve ficar sob os cuidados do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

No Senado, outra comissão bastante desejada é a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), por onde passam as indicações políticas para os cargos das agências reguladoras e do Banco Central. O favorito até agora é Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Na Câmara outra comissão que desperta cobiça dos é a de Finanças. No comando desta comissão deve ficar o PT e um dos nomes indicados é o deputado Walter Pinheiro (PT-BA).

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