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Atualizado em 03/05/2006 às 21h34

Por 8 votos a 5 e um voto em branco, o Conselho de Ética absolveu o deputado Vadão Gomes (PP-SP). A decisão contrariou o parecer do relator, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), que pedia a cassação do mandato. Vadão Gomes é acusado de ser um dos beneficiários do esquema do mensalão e teria recebido R$ 3,7 milhões das contas do empresário Marcos Valério de Souza. O parlamentar foi absolvido pelo Conselho, mas ainda terá de ser julgado pelo Plenário, que decidirá se ele será ou não cassado.

A absolvição de Vadão contou com três votos de petistas (Eduardo Valverde (RO), Anselmo (RO) e Neyde Aparecida (GO)) que puderam votar depois que os deputados Chico Alencar (RJ) e Orlando Fantazzini (SP), ambos do P-SOL renunciaram ao cargo. Também absolveram Vadão dois deputados do PP(Márcio Reinaldo (MG) e Feu Rosa (ES), dois do PFL (Edmar Moreira (MG) e Jairo Carneiro (BA) e o deputado Josias Quintal (PSB-RJ).

- Parece que a nova composição do Conselho não acatou meu parecer. Dois votos fariam diferença - lamentou Torgan.

Depois da votação o deputado Edmar Moreira (PFL-MG) anunciou o seu desligamento do Conselho. Ele disse que só estava esperando o resultado dessa votação.

O deputado Eduardo Valverde foi indicado pelo presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), para ser o relator do vencido (parecer que substitui o parecer rejeitado). Valverde terá duas sessões para encaminhar o parecer ao plenário. Valverde, antes mesmo da votação, anunciou seu voto:

- Mesmo com a competência do relator eu aposto na inocência do deputado Vadão - declarou o deputado Eduardo Valverde (PT-RO), indicado ontem pelo PT como titular do Conselho.

Vadão evitou comemorar de forma efusiva e não quis nem mesmo dizer se tem esperanças de ser absolvido pelo plenário da Casa.

- A batalha está apenas começando - disse o deputado.

A sessão do Conselho de Ética foi suspensa devido à Ordem do Dia no plenário da Câmara, mas retomada por volta das 19h. Em sua exposição, o deputado Torgan disse que o parlamentar conversou com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério dias antes da suposta entrega do dinheiro ao parlamentar.

Segundo Moroni, Vadão conversou com Delúbio no dia 24 de junho e com Valério nos dias 28 e 29. No dia 5 de julho, o parlamentar teria recebido uma parte dos recursos. No dia 30 de julho, Vadão conversou com Valério e no dia 16 de agosto, teria recebido outra parcela do dinheiro.

O parlamentar reagiu dizendo que nunca conversou com Valério, mas admitiu que um assessor seu atendeu uma ligação do empresário no qual ele oferecia ajuda eleitoral, que não teria se concretizado. Vadão disse ainda que Delubio certa vez lhe telefonou pedindo que apoiasse a petista Marta Suplicy.

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