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Ao total, mais de 13 parlamentares discursaram durante a sessão. O próximo passo é iniciar a votação do parecer prévio. | ANTONIO_AUGUSTO/
Ao total, mais de 13 parlamentares discursaram durante a sessão. O próximo passo é iniciar a votação do parecer prévio.| Foto: ANTONIO_AUGUSTO/

O Conselho de Ética votou na tarde desta terça-feira, 8, um requerimento de retirada de pauta para adiar, por cinco dias, a votação do parecer prévio que pede a continuação do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O requerimento foi apresentado pelo deputado Manoel Júnior (PB), aliado de Cunha, mas foi rejeitado pelo plenário.

O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), esgotou a sessão de debates nesta tarde.Ao total, mais de 13 parlamentares discursaram durante a sessão. O próximo passo é iniciar a votação do parecer prévio. Uma nova reunião foi marcada para esta quarta-feira (9), às 13h30.

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Para livrar Cunha da admissibilidade da ação, os deputados citaram supostas injustiças cometidas contra parlamentares que foram cassados ou passaram por processos por quebra de decoro e enfatizaram que Cunha pode ser condenado injustamente. A situação de Cunha chegou a ser comparada a Tiradentes e Joana D’Arc. “Conselho de Ética não é tribunal de inquisição”, insistiu o peemedebista Manoel Júnior (PB). Foram citados os casos do ex-deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e o petista Professor Luizinho (SP), que se livrou da cassação em plenário, mas foi absolvido em processo no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do mensalão.

Os petistas ficaram à vontade para defender a continuidade do processo contra Cunha. Valmir Prascidelli (PT-SP) acusou o presidente da Casa de agir de forma revanchista ao abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma. “O impeachment não tinha fundamento, mas ele o fez na condição de quem quer ver o Brasil sair dos trilhos”, concluiu.

Durante a sessão, um grupo de manifestantes que trouxeram cartazes contra Cunha foram impedidos de mantê-los aberto no plenário. Os cartazes traziam os dizeres: “Não ao golpe”, “Mais sujo que pau de galinheiro” e “sem Natal para Cunha”. Enquanto a discussão acontecia no plenário, o mesmo grupo (formado por estudantes e militantes do MST) decidiu se manifestar no corredor com os gritos de “Fora Cunha, Fica Dilma” e “Não ao golpe”.

Aliados em ação

Deputados da “tropa de choque” de Cunha usaram o tempo para dizer que havia exageros no relatório de Fausto Pinato (PRB) e que o colegiado não poderia cometer “injustiças” contra o peemedebista. Um dos defensores de Cunha na sessão foi o suplente Carlos Marun (PMDB-MS), que disse que cassação era uma “pena de morte” para quem tem vida política. O peemedebista afirmou que truste não é conta bancária porque não tem “cartão de crédito, não tem talão de cheque” e “não paga conta”. “Se não pode pagar conta, não é conta, é um truste”, declarou.

Outro defensor de Cunha a fazer questão de usar a palavra e gastar tempo foi o suplente João Carlos Bacelar (PR-BA), que mencionou “injustiças” cometidas contra parlamentares, como o petista Professor Luizinho (SP). “Não poderemos cometer injustiça contra o deputado Eduardo Cunha”, pregou. O deputado André Fufuca (PEN-MA) chegou a citar Tiradentes ao defender o peemedebista. “Antes de qualquer história que essa Casa faça, que ela faça justiça”, disse.

Aliado de primeira hora de Cunha, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, disse que o governo tem interesse em convencer a sociedade que o corrupto do País é o peemedebista. “A culpa é do PT, da Dilma e do Lula. Eles que assaltaram o Brasil”, afirmou.

Coube ao líder do PSC, André Moura (SE), dizer que “ninguém pode ser condenado antes da hora” e que a presunção de inocência é prevista na Constituição. “Pela dúvida, não podemos acusar nem condenar ninguém”, destacou, condenando a “politização” do caso.

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