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O Consórcio Via Amarela admitiu que sabia um ano antes do acidente que matou sete pessoas na Estação Pinheiros do metrô que havia afundamento de ruas próximas à obra e rachaduras em casas na região. Numa entrevista coletiva, o engenheiro Wagner Marangoni, do Consórcio Via Amarela, não soube dizer se os problemas apresentados em um relatório de 3 de fevereiro de 2006, feito por uma consultoria independente a pedido do consórcio, seriam a causa do desmoronamento do túnel em 12 de janeiro de 2007. Depois, ele afirmou que não havia vínculo entre o afundamento do solo, que teria sido provocado por problemas na rede de água e esgoto, e o acidente.

A revista Época divulgou partes desse relatório nesta sexta-feira. O documento foi feito pelo engenheiro Júlio Cerqueira Cesar Neto, da consultoria CCN Planejamento e Engenharia. De acordo com o documento, havia "afundamentos importantes" do solo no quarteirão final da rua Conselheiro Pereira Pinto, entre as ruas Gilberto Savino e Capri. Um pouco mais para trás, no quarteirão anterior, entre as ruas Gilberto Sabino e Eugênio de Medeiros e entre a Eugênio de Medeiros e a Amaro Cavalheiro, existiam afundamentos um pouco menores.

Um buraco também foi aberto na Rua Eugênio de Medeiros, próximo da confluência com as ruas Paes Leme e Capri, que acabou desmoronando neste ano e engolindo dois pedestres e uma van que passava pelo local com quatro pessoas (o motorista, o cobrador e dois passageiros). Ainda de acordo com o relatório, havia no início do ano passado uma pequena depressão no pavimento da Rua Capri, junto à guia. O documento afirma que foram verificadas em algumas dessas ruas canalizações que poderiam ser responsáveis pelos afundamentos constatados.

- O relatório foi enviado à Sabesp, a Prefeitura e ao metrô porque os problemas diziam respeito à galeria de águas pluviais. Mas não obtive resposta. As pequenas fissuras em casas e o abatimento nas ruas seria provocado por problemas na rede de água e esgoto. Estão vinculando hoje uma coisa que não tem vínculo nem com a obra nem com o acidente - disse Marangoni.

Segundo o engenheiro do Consórcio, que ocupa o cargo de gerente de administração, a empresa, como medida cautelar e preventiva, faz antes do início de cada obra uma vistoria visual da região e das condições do solo para identificar problemas. Esse documento garante ao Consórcio que até aquele momento, se houver algum dano na região, não é de responsabilidade da empresa. As vistorias nas casas, de acordo com ele, foram feitas em novembro de 2005.

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