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Operação Lava Jato

Consultoria de doleiro movimentou R$ 90 mi

PF suspeita que parte do dinheiro teria sido usado por Alberto Youssef para pagar propina a agentes públicos. Ele é suspeito de negócios fraudulentos na Petrobras e Ministério da Saúde

Youssef deu caminhonete para ex-diretor da Petrobras | José Cruz/ABr
Youssef deu caminhonete para ex-diretor da Petrobras (Foto: José Cruz/ABr)

A Polícia Federal (PF) descobriu que uma empresa de "consultoria" controlada pelo doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, movimentou quase R$ 90 milhões entre 2009 e 2013. A PF suspeita que parte desses valores foi utilizada para pagamento de propinas para agentes públicos corrompidos por Youssef.

A descoberta sobre o fluxo milionário do caixa do doleiro ocorreu após análise da quebra de sigilo bancário da MO Consultoria e Laudos Estatísticos, empresa que Youssef criou para captar valores de "clientes", segundo a PF.

A Lava Jato foi desencadeada há 10 dias para desmontar sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que teria atingido o montante de R$ 10 bilhões. A investigação mostra as digitais de Youssef em negócios sob suspeita do Ministério da Saúde e da Petrobras.

Caso Banestado

Youssef é um antigo conhecido da Justiça Federal. Nos anos 1990, ele foi protagonista do escândalo Banestado, evasão de US$ 30 bilhões. Na ocasião, ele fez delação premiada e contou parte do que sabia.

A Lava Jato o flagrou agora em ação novamente. Ele teria pago propinas para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. A PF constatou que o doleiro presenteou o executivo com uma Land Rover Evoque, de R$ 250 mil. As "comissões" para Paulo Roberto Costa e outros suspeitos podem ter chegado a quase R$ 8 milhões.

A PF interceptou mensagem de e-mail enviada pela gerente financeira de uma empresa, que encaminha planilha de pagamentos de "comissões", em valores vultosos – total de R$ 7,9 milhões –, com indicação, no campo fornecedor, das siglas MO e GFD.

Segundo a PF, a GFD Inves­­timentos e a MO Consultoria "são empresas controladas por Alberto Youssef, que as colocou em nome de pessoas interpostas e são por ele utilizadas para ocultação de patrimônio e movimentação financeira relacionada às operações de câmbio no mercado negro".

O laudo pericial número 190/2014 "permite um panorama financeiro das movimentações da MO Consultoria". A planilha intitulada "valores movimentados por ano nas contas do investigado (Youssef)" revela o intenso fluxo. Em 5 anos (2009-2013) as contas do doleiro movimentaram exatamente R$ 89,73 milhões.

O melhor resultado foi em 2011, com giro de R$ 43,78 milhões, entre créditos e débitos. Em 2013, porém, a movimentação despencou para R$ 504,9 mil – os investigadores suspeitam que Youssef canalizou os recursos para outra instituição, ainda não identificada.

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