Contra-ataque

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Enquanto a oposição reúne forças para apear Severino Cavalcanti (PP-PE), o grupo próximo a ele aposta em duas táticas: dividir o estrago do mensalinho com outros integrantes da Mesa da Câmara e alegar que, se erro houve, foi cometido sem o conhecimento do presidente. Vide bula – As duas táticas são inspiradas na reação do governo Lula à descoberta do mensalão. A primeira consiste em lançar outros nomes ao ventilador para diluir o foco sobre Severino. A segunda, em dizer, se comprovada a propina, que o presidente foi enganado por auxiliares. Boletim médico – Segundo-vice da Câmara e chamado de filho por Severino, Ciro Nogueira (PP-PI) reconheceu a aliados que a situação do presidente é "muito delicada". Efeito imediato – Enunciado de quem conhece a Câmara: quanto mais fraco estiver Severino, mais próximo o placar de cassações ficará das 18 sugeridas pela CPI dos Correios. Nas cordas – O mesmo observador julga que não será fácil cassar Severino, ainda que, hoje, pelo menos metade da Câmara queira se livrar dele. Mas, se sobreviver, terá "poder reduzidíssimo", consolidando sua condição de refém dos "mensaleiros" do PP. Multicultural – No almoço oferecido por Severino em Nova Iorque a presidentes de parlamentos de países de língua portuguesa, o champanhe e a água eram franceses; o vinho, espanhol; e o simbólico cafezinho, colombiano. Visitante ilustre – O novo terminal de passageiros e a ampliação da pista do aeroporto de Maceió serão inaugurados em grande estilo: no próximo dia 16, o AeroLula aterrissa no local trazendo o presidente de Nova Iorque.

Divisor de águas – A Polícia Federal separa em duas grandes fases a movimentação financeira de Duda Mendonça no exterior. Na primeira, o modus operandi é praticamente o mesmo dos depósitos atribuídos a Paulo Maluf. Up-grade – De 2002 para cá, período da parceria Duda-PT, o trajeto do dinheiro tornou-se mais sofisticado, dificultando o rastreamento. A PF acha que as movimentações foram supervisionadas por um conhecedor do sistema bancário internacional. Quem te viu – A tradicional claque de Joaquim Roriz (PMDB), antes arquiinimiga do PT do Distrito Federal, deu um refresco a Lula no Sete de Setembro, engrossando o abafa às vaias ao presidente. Na mesa – Com a denúncia de caixa 2 no PT de Rondônia, envolvendo a senadora Fátima Cleide, tucanos querem abrir negociação com os petistas na tentativa de livrar Eduardo Azeredo (PSDB-MG) da cassação por ter recebido dinheiro do valerioduto. Terreno fértil – O relativo controle da oposição sobre a CPI dos Bingos pode trazer os holofotes para pelo menos sete casos regionais de caixa dois do PT, já investigados por promotores eleitorais. Ventilador – Capitaneada por Ricardo Izar (SP), a bancada paulista do PTB na Câmara busca apoios em outros estados contra a filiação de Paulo Maluf ao partido. Até segunda – Amanhã será ponto facultativo no Maranhão. Assim, os servidores estaduais poderão emendar o feriado de ontem e o de hoje, pelos aniversário de São Luís, com o fim de semana.

TIROTEIO

Do deputado federal Eduardo Paes (PSDB-RJ) sobre Severino Cavalcanti, que acusa tucanos e pefelistas de tentar derrubá-lo com o objetivo de tomar a presidência da Câmara:

– Ele definitivamente adotou o modo Lula de ser. Começa negando as acusações. Depois, responsabiliza adversários por erros que cometeu. O próximo passo será dizer que foi traído.