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Dois dos seis controladores de vôo acusados pelo Ministério Público Militar de terem feito motim e paralisado vários aeroportos do país no dia 30 de março, prestaram depoimento nesta sexta-feira ao Superior Tribunal Militar e negaram terem participado de qualquer tipo de greve. O suboficial Luis Marques, que era o supervisor responsável pelos vôos da região do Rio de Janeiro, admitiu que partiu dele a ordem para suspender os vôos no Rio, mas argumentou que tomou essa decisão, por questão de segurança, depois que viu um enorme número de pessoas dentro da sala de controle de vôos do Cindacta 1, em Brasília.

Marques disse que chegou ao trabalho por volta das 14h e encontrou dezenas de controladores de vôo na sala de estar do Cindacta 1.

- Acho que todos os controladores do Cindacta, fora a equipe que estava de serviço, estavam lá - disse.

Segundo o suboficial, por volta das 18 horas, vários controladores entraram na sala de controle do Cindacta 1, em Brasília, o que, na sua opinião, colocou em risco a segurança dos vôos. Preocupado, ele disse ter determinado que todos os aviões que sobrevoavam os aeroportos sob sua supervisão fossem orientados a pousar e que as decolagens fossem suspensas. Mais tarde, recebeu a informação de que outros aeroportos também suspenderam as decolagens, mas não soube informar de quem partiu a determinação.

Marques acrescentou que, durante todo o tempo que durou a paralisação, não houve qualquer determinação superior para que os controladores que estavam na sala e não estavam de serviço fosse retirados.

Já Florisvaldo Salles, que foi o outro controlador ouvido pela juíza Zilah Petersen, também negou que soubesse do movimento e que tivesse sido convidado para participar de qualquer greve. Salles disse que, quando chegou para trabalhar, não percebeu qualquer anormalidade, mas, um pouco mais tarde, viu que, na sala ao lado, havia cerca de 100 pessoas. Ele negou que elas estivessem incomodando o trabalho naquele momento.

O Ministério Público Militar pede o indiciamento de todos os militares acusados por crime de motim e do único controlador civil por incitamento. A juíza decidiu adiar os outros quatro depoimentos que estavam previstos para esta sexta-feira. Eles serão tomados apenas no dia 30 de outubro.

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