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A comissão executiva do PMDB do Paraná impugnou a convenção municipal do partido em Curitiba realizada em julho deste ano pela ala do partido ligada ao senador Roberto Requião (PMDB). A decisão foi unânime pela anulação da votação, cujo resultado colocava Altino Chagas Loureiro como presidente da legenda na capital. Assim, o deputado estadual Stephanes Junior continua na presidência municipal do partido, mas em condição temporária, já que está no cargo na condição de líder de uma comissão provisória.

"O cancelamento da convenção foi a opção devido aos vícios no processo, por permitir, por exemplo, que pessoas com menos de seis meses de filiação votassem e fossem votadas. Além disso, foram eleitos 25 delegados, quando o número correto é de 12", disse Stephanes Junior. "Eu continuo presidente e, agora, pretendo realizar a convenção no final do ano. Inclusive, eu vou me candidatar para continuar sendo presidente do partido", acrescentou.

O deputado estadual integra uma ala local do partido que tem protagonizado uma queda de braço com membros ligados a Requião. Em um dos capítulos mais recentes, em junho, o diretório estadual, sob o comando da ala local, anunciou que 72 diretórios municipais do estado – incluindo Curitiba, que era comandada pelo senador – seriam dissolvidos. A justificativa inicial era o baixo desempenho nas eleições. Uma semana depois, o critério foi revisto e apenas 25 foram punidos (a capital paranaense continuou na lista).

A medida foi encarada como uma manobra para enfraquecer o grupo de Requião, que tenta emplacar uma nova candidatura ao governo do estado em 2014. Ele já havia sido derrotado na eleição do diretório estadual no fim do ano passado pela ala alinhada com o governador Beto Richa (PSDB).

Cerca de um mês depois da manobra, os requianistas se reuniram para promover uma convenção municipal e tentar conseguir o controle da legenda na capital. A votação ocorreu apenas depois de obtenção de liminar.

Na votação, garantida pela Justiça, os peemedebistas elegeram Altino Chagas Loureiro como presidente. Desde então, o processo de votação é questionado e a análise do pedido de impugnação chegou a ser adiado a pedido de Altino. O impasse sobre essa questão terminou apenas nesta segunda (9), quando houve a impugnação da votação e a manutenção de Stephanes na presidência.

Outro lado

Procurado pela reportagem, Altino Chagas Loureiro afirma que pretende entrar na justiça para invalidar a decisão. "São três coisas que motivaram isso [a impugnação]. Primeiro, porque querem mandar no partido. Depois, porque não aceitam que a periferia esteja no comando do PMDB. Além de tudo isso, há o ódio intestinal do Requião", apontou.

A expectativa de Loureiro é que o resultado seja revertido até o fim deste ano. "O que eles fizeram é imoral, e vamos recorrer até ao diretório nacional do PMDB se for necessário", diz. Ele também critica a posição adotada por Stephanes Junior. "Prometeram coisas para ele que não serão entregues. O Stephanes estava na nossa chapa e posso provar isso com a ficha dele. Acho que ele caiu no canto da sereia", disparou.

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