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Um perito que acompanha a investigação sobre o assassinato do coronel Ubiratan Guimarães, que se tornou conhecido pelo massacre do Carandiru , confirmou nesta terça-feira que ele foi morto por uma bala calibre 38. Uma de suas armas, um revólver calibre 38, está desaparecida.

Segundo o perito, Guimarães recebeu cinco telefonemas entre a noite de sábado e a noite de domingo, quando seu corpo foi encontrado por assessores. Foram verificados três recados deixados em sua secretária eletrônica. Dois deles foram identificados: um deixado por um de seus filhos e outro por um irmão, que pedia que o coronel retornasse a ligação. De acordo com a polícia, o terceiro recado não foi identificado, pois a ligação estava ruim.

Nenhuma ligação era da namorada dele, a advogada Carla Cepollina, última pessoa a ser vista com Guimarães no sábado, antes da morte dele. Carla, que namorava o coronel há dois anos, foi a última pessoa a ser vista saindo do apartamento e é suspeita de ter assassinado o namorado por ciúmes, depois de uma briga.

Carla está prestando depoimento na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) desde 11h e as roupas que usou no sábado podem ser submetidas a exames residuográficos.

O coronel foi encontrado morto na noite deste domingo. Nesta segunda-feira, em depoimento informal, Carla admitiu uma discussão com Guimarães no sábado e disse que o motivo da briga foi um telefonema que ele teria recebido de outra mulher.Carla Cepollina depõe informalmente no DHPP O telefonema recebido por Ubiratan Guimarães teria ocorrido por volta das 18h. Em seguida, o casal começou a discutir.

Vizinhos do coronel afirmam ter ouvido barulho de tiro por volta das 19h.

- O barulho parecia uma coisa pesada caindo no chão ou quebrando a janela. Só descobri depois que era um tiro - disse uma moradora.

Uma testemunha afirmou à polícia que a advogada deixou o prédio entre 20h e 20h30m do sábado. O porteiro Woglan Rodrigues de Oliveira, no entanto, disse que ela saiu de lá entre 22h30 e 23h. Oliveira, que trabalha de madrugada, havia chegado no local por volta das 21h45m.

Pelo menos oito pessoas foram ouvidas nesta segunda no DHPP. O deputado Arnaldo Faria de Sá, colega de partido do coronel, acompanhou o trabalho da polícia e descartou envolvimento do crime organizado no assassinato.

- O coronel foi pego de surpresa por alguém que tinha relação com ele, senão teria lutado. Eu conheço o coronel, ele não iria afinar. Estou besta. Não estou acreditando. Se não tivesse visto o corpo dele, não diria que era verdade - disse Faria de Sá.

Segundo a perícia, o coronel foi baleado quando tentava se levantar do sofá da sala de seu apartamento. O disparo foi dado a pouco mais de dois metros de distância. Não havia sinais de luta. O corpo foi encontrado no meio da sala. Ele estava nu, com uma toalha branca enrolada na cintura. De acordo com a polícia, o tiro atravessou o corpo e perfurou uma almofada no sofá. Ele teria morrido em menos de um minuto depois de ser baleado.

Amigos do deputado e coronel reformado Ubiratan Guimarães afirmam que o namoro entre ele e a advogada Carla Cepollina sempre foi conturbado e cheio de 'idas e vindas'. O casal se relacionava havia pouco mais de dois anos, porém, 'vivia muito mais tempo brigado que junto'.

Pessoas próximas do coronel dizem que Carla era extremamente ciumenta e costumava perder o controle emocional quando discutiam.

Na última briga do casal, segundo amigos, o coronel havia dito que o relacionamento entre eles não tinha mais volta e isso teria deixado Carla nervosa. Alguns dias depois, ele teria inclusive comentado com pessoas de seu convívio que estava de namorada nova.

Porém, a mãe de Carla, a advogada Liliana Prinzivalli, afirma que o casal se gostava muito e tinha interesses em comum. A mãe relatou que a filha estava engajada na campanha de Ubiratan e, devido a isso, havia deixado seu trabalho de advogada. Para agradar o companheiro, disse a mãe, Carla estava separando fotos do coronel na infância e dos tempos em que atuava na Cavalaria da PM para fazer uma espécie de mural.

Ainda segundo Liliana, o coronel tinha gênio difícil.

- Você deve levar em conta que era militar, coronel, de 63 anos, tinha gênio difícil. Sabe como é o machismo de militar - afirmou, acrescentando que Carla não era possessiva nem ciumenta.

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