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O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), confirmou que pretende investigar o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), flagrado em uma conversa com o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura para tratar da divisão de R$ 2,2 milhões. Por meio de sua assessoria, Tuma informou que pedirá à Polícia Civil toda a documentação sobre o caso.

O corregedor está no Uruguai para uma reunião do Parlamento do Mercosul e, segundo a assessoria, chega a Brasília na noite desta terça (26). Tuma, porém, pode nem começar a investigação. É que o PSOL avisou que pode entrar nesta semana com uma representação no Conselho de Ética do Senado pedindo abertura de processo contra Roriz.

Se o processo for aberto, Tuma terá que interromper ou nem iniciar a investigação contra o senador, assim como aconteceu no caso do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de receber ajuda de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos.

O corregedor chegou a fazer uma apuração sobre o caso, mas parou os trabalhos depois que o Conselho de Ética começou a investigar o assunto. Tuma, então, apenas repassou ao conselho o que havia feito em relação a Renan. O mesmo pode acontecer sobre as acusações contra Roriz.

Operação Aquarela

Durante as investigações da Operação Aquarela, a Polícia Civil do Distrito Federal gravou uma conversa entre Roriz e o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura em que tratam da divisão de R$ 2,2 milhões. A operação desbaratou um suposto esquema de desvio de dinheiro do BRB. O ex-presidente do BRB foi preso pela polícia na operação. Ele é apontado como chefe do esquema.

A origem do dinheiro seria um cheque do presidente do Conselho de Administração da Gol, Nenê Constantino. Segundo a assessoria da Gol, Constantino deu o cheque de R$ 2,2 milhões ao senador, que, após compensá-lo no Banco de Brasília (BRB), retirou R$ 300 mil a título de empréstimo e devolveu o restante ao empresário. O cheque seria o último pagamento feito pela Agrícola Xingu pela compra de uma fazenda de Constantino.

Em uma das conversas interceptadas pela polícia, o ex-presidente do BRB avisa a Roriz que mandaria o dinheiro para a casa dele, em uma área nobre da capital federal. Minutos depois, Tarcísio Franklin de Moura sugere que a partilha seja feita no escritório de Nenê Constantino, em Brasília. O senador aprova a sugestão.

Explicações

Por meio de assessores, Roriz respondeu que se tratava de um negócio particular. Ele teria pedido dinheiro emprestado ao empresário Nenê Constantino para comprar uma bezerra, no interior de São Paulo. Ao então presidente do BRB, o senador teria pedido que descontasse o cheque, do Banco do Brasil, no caixa do BRB, uma operação considerada legítima.

Embora tenha dito que ficara com R$ 300 mil, devolvendo o restante ao dono, o que foi confirmado por Nenê Constantino na segunda versão dada por sua assessoria para a transação, Joaquim Roriz aparece nas gravações da polícia dizendo que o dinheiro é de muita gente.

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