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A Mesa Diretora do Senado pediu nesta quinta-feira que a Corregedoria-Geral da Casa investigue a denúncia da Polícia Legislativa da Casa de que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) teria permitido que 15 manifestantes pernoitassem no seu gabinete de quarta-feira para quinta-feira da semana passada. Suplicy afirma que, em respeito "à dignidade humana", abriu seu gabinete apenas para que as pessoas, entre as quais haveria várias senhoras idosas, utilizassem o banheiro.

Trata-se de um grupo que estava na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira da semana passada, enquanto o STF julgava pedido de extradição do ativista Cesare Battisti feito pelo governo da Itália. Suplicy, como os manifestantes, está engajado no movimento contra a extradição de Battisti, condenado à prisão perpétua em seu país, onde é acusado de envolvimento em quatro homicídios.

"Foi uma entrada fora do expediente. Comuniquei à Mesa, que decidiu encaminhar o caso à corregedoria. Não é um fato grave, mas é um precedente perigoso. É preciso criar critérios, normas para situações como essa", disse o primeiro-secretário do Senado Heráclito Fortes (DEM-PI), ao final de reunião da Mesa Diretora ao anunciar a decisão de encaminhar o caso à corregedoria.

Em ofício encaminhado nesta quinta (17) ao corregedor-geral, senador Romeu Tuma (PTB-SP), Suplicy diz que convidou os manifestantes a irem a seu gabinete, porque não tinham recebido autorização para usar os banheiros do prédio do tribunal.

"Na Praça, encontrei, dentre os participantes da vigília, pessoas idosas, várias senhoras e companheiras de mais de 30 anos que, constrangidas, se ressentiam da falta de banheiros. Por uma questão de respeito à dignidade da pessoa humana, franqueei a utilização dos toaletes de meu gabinete àquelas pessoas, tendo em vista ser a dependência mais próxima da Praça que, como se sabe, não possui banheiros públicos", diz Suplicy, no documento.

Suplicy afirma que "um dos deveres fundamentais do senador é promover a defesa dos interesses populares". Ele argumenta que "cada senador é senhor do seu gabinete, podendo receber nele qualquer pessoa que seja do seu interesse.

"Considero que não cabe à Segurança do Senado acompanhar, analisar e criticar a atitude de senadores, principalmente quando estes estão no cumprimento de seus deveres fundamentais", afirma.

Romeu Tuma recebeu em seu gabinete as informações da Mesa Diretora e do senador Eduardo Suplicy, mas, segundo sua assessoria, não começou a analisar o caso ainda.

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