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O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) declarou ter usado o então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento para pressionar a presidente Dilma Rousseff a entregar ao PR uma diretoria de banco estatal. Em troca, a presidente teria o apoio do bloco liderado pelo partido no Congresso.

Em uma rara entrevista concedida ontem a uma rádio de Mogi das Cruzes (SP), seu reduto eleitoral, o deputado explicou que a barganha tinha como objetivo abrir espaço no governo para o bloco de partidos nanicos que compõem, com o PR, um grupo de 65 deputados no Congresso – o PR conta com 41 e PRB, PRTB, PT do B, PHS , PSL e PRP têm 24. Valdemar é réu no caso do mensalão (leia mais nas páginas 13 e 14) e quase não tem falado com a imprensa desde 2005.

"O nosso ministro chegou na Dilma outro dia e falou: ‘Olha, o Valdemar tá com um problema com o bloco. Ele fez o bloco, acertou com o [então ministro Antonio] Palocci pra aumentar o espaço do partido no governo. Nós [PR] já temos muito espaço. Mas precisávamos aumentar o espaço do bloco, porque são 24 deputados a mais", contou Costa Neto à Rádio Metropolitana AM, na sexta-feira da semana passada.

O deputado disse ter pedido uma diretoria na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil – nomeação que Dilma ainda não anunciou – para que prefeitos aliados possam liberar verbas federais mais rapidamente.

"Inferno"

Costa Neto chamou de "canalha" o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que o denunciou no processo do mensalão e disse que não lhe estendeu a mão quando este tentou cumprimentá-lo em um aeroporto.

"O inferno na minha vida foi o Roberto Jefferson, mesmo. Ele já veio me cumprimentar. En­­contrei-o no aeroporto, mas não dei a mão e nem olhei na cara dele. Aliás, olhei feio. Fiquei olhando pra cara dele e ele com a mão estendida. Vai pro inferno! Um canalha!"

Na entrevista, Costa Neto sustentou que voltará a presidir o PR e a conceder entrevistas à mídia nacional depois que o processo do mensalão for julgado no Supremo Tribunal Federal.

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