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Os vereadores cariocas que se reuniram nesta terça-feira (16) na CPI que investiga a manipulação dos resultados no carnaval carioca informaram que a jurada Cris Moura e o ex-coordenador dos jurados, Júlio Guimarães Sobreira - que chegou a ser preso pela Operação Furacão - teriam um relacionamento amoroso.

A CPI se baseou num relatório enviado pela Polícia Federal à CPI. "Ela não negou envolvimento", disse a presidente da comissão, Teresa Bergher (PSDB), que interrogou a jurada.

Em depoimento, a arquiteta Cris Moura disse que Guimarães é cliente há cinco anos no seu escritório. Mas argumentou que em nenhum momento ele tentou influenciá-la a votar. Moura também negou, aos vereadores, que já tivesse ido à Brasília com ele - como revelariam fotografias da PF.

"Júlio tem a vida pessoal dele e eu tenho a minha. Existe muito respeito e profissionalismo", disse a arquiteta. Os vereadores da CPI ainda vão decidir o que fazer com a contradição entre o depoimento e o relatório policial.

Preso na operação Furacão

Julio Guimarães Sobreira foi um dos presos na operação Furacão que desbaratou uma organização criminosa envolvida com exploração de jogos de azar e compra e venda de sentenças.

Seu tio, Ailton "Capitão" Guimarães, ex-presidente da Liga das Escolas de Samba (Liesa), que também foi preso na Furacão, explicou na CPI ter indicado o sobrinho para coordenador o júri por considerá-lo de "total confiança".

"Capitão" Guimarães ainda disse aos vereadores que só 30% dos jurados são trocados a cada ano. Segundo dados da CPI, a escolha é feita por currículo mas também costumava ser feita por indicação. No último carnaval entraram 11 novos jurados ao corpo de 40.

"A maioria dos jurados tem que ser trocados para não pairar dúvidas sobre o carnaval", propôs o relator da CPI, vereador Rogério Bittar (PSB), ao fim da audiência.

Sem provas de que houve fraudes

Ao fim da audiência, a vereadora Teresa Bergher disse que ainda não há provas de que houve fraudes no resultado do carnaval deste ano. Mas informou que vai requisitar novos relatórios enviados recentemente pela Polícia Federal à 6ª Vara Federal Criminal.

O vereador Nadinho do Rio das Pedras (DEM), que também integra a CPI, chegou a afirmar na audiência que estava "constrangido" pelas acusações sem provas. Ele criticou a falta do delegado federal Emmanoel de Oliveira que tinha sido convocado a depor. Oliveira deve ser ouvido em sessão reservada pelos parlamentares da comissão.

"Não estou vendo base nenhuma. Quem acusa é que teria que estar aqui sendo ouvido", disse Nadinho.

O vereador Jerominho (PMDB) também minimizou as denúncias da Polícia Federal e disse que a Beija-flor mereceu ganhar o carnaval 2007. "Denuncia anônima todo dia tem contra o meu nome também", disse Jerominho depois de pedir para se pronunciar na audiência.

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