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Brasília (Folhapress) – O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que na quarta-feira aproveitou a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para se defender de acusações de irregularidades durante sua gestão na prefeitura de Ribeirão Preto, deve ser convocado para depor à CPI dos Bingos. O acerto foi feito entre líderes do governo e da oposição e anunciado ontem na comissão.

O requerimento convocando o ministro a depor, de autoria do senador Geraldo Mesquita (sem partido–AC), será colocado em votação na CPI na próxima terça-feira, segundo informou o presidente da comissão, Efraim Morais (PFL-PB).

A princípio, há um acordo entre governistas e oposição para que o requerimento seja aprovado, mas sem definição, pelo menos por enquanto, da data do depoimento. Para Efraim, é preciso que seja antes de 15 de dezembro, quando o Congresso deve entrar em recesso.

"O foco das declarações dele ontem (quarta-feira) era econômico, e a oposição, pensando no Brasil, se restringiu a falar sobre economia", avaliou Efraim. "O foro ideal para discutir as denúncias contra Palocci é a CPI dos Bingos", defendeu o senador, que negou que a oposição esteja querendo criar um fato político contra o governo ao convocar Palocci para depor na comissão de investigação.

Os senadores alegam que as denúncias contra a gestão de Palocci na prefeitura estão sendo apuradas pela CPI dos Bingos, por isso a necessidade de convocá-lo.

O ministro foi acusado por Rogério Buratti, ex-secretário de governo na primeira gestão na prefeitura, de fazer caixinha com recursos de empresas de lixo para ajudar no caixa 2 de campanhas do PT. Além disso, reportagem da revista Veja aponta que outro ex-secretário do ministro teria carregado três caixas com dólares, provenientes de Cuba, para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Em seu depoimento à CPI dos Bingos, Vladimir Poleto, que transportou as caixas, se contradisse e por pouco não foi preso, o que aumentou as suspeitas dos senadores. Poleto disse à CPI que nas caixas havia bebidas.

Na quarta-feira, PSDB e PFL fecharam um acordo pelo qual nenhum dos dois partidos faria perguntas envolvendo a crise política e as acusações contra Palocci em seu depoimento à CAE. Queriam, desta forma, reforçar argumentos para poder chamar o ministro a depor na CPI.

O governo pensou que o adiantamento da sabatina de Palocci, inicialmente agendada para a próxima semana, colocaria fim à ânsia da oposição de levar o ministro à comissão de investigação. Mas a tática governista não deu certo nesse quesito.

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