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Curitiba – O publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza poderá fazer um acordo com os parlamentares que integram a CPI dos Correios para fornecer informações sobre casos de corrupção relacionados ao governo em troca de uma diminuição de uma eventual pena que possa vir a receber. Para o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), essa pode ser uma boa maneira de se aprofundar as investigações. "Só há uma forma de descobrir detalhes sobre a atuação das quadrilhas: quando alguém de dentro resolve falar", disse.

Serraglio explicou que este tipo de procedimento, muito comum nos Estados Unidos, é ainda novo no Brasil e, por isso, deve ser aplicado com cuidado. "Precisaríamos de garantias do depoente antes de tomarmos qualquer medida", analisa.

Em entrevista coletiva ontem em Curitiba, o relator da CPI fez um balanço geral dos trabalhos da comissão nas últimas semanas e criticou os parlamentares que se preocupam mais em fazer dircursos de efeito do que em realizar uma efetiva investigação. "É a bancada do flash", ironizou. Serraglio foi diplomático com os colegas paranaenses, excluindo dessa categoria o senador Álvaro Dias e o deputado Gustavo Fruet, ambos do PSDB. E foi além: garantiu que irá convidar Fruet para ser um dos sub-relatores da comissão. Informado sobre a indicação, o deputado disse que a encara não como um convite, mas como uma missão. "É uma boa resposabilidade", afirmou.

Por enquanto, o pensamento de Serraglio é criar pelo menos duas sub-relatorias: uma dedicada à análise de contratos e outra focada na análise da gestão financeira dos Correios. Essas sub-relatorias poderão ganhar uma importância ainda maior, pois parte dos parlamentares insiste em estender os trabalhos da CPI dos Correios a outras esferas de corrupção, como as denúncias no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e a suposta existência do mensalão na Câmara dos Deputados. "Isso é uma prova do trabalho equilibrado que estamos fazendo na CPI", afirmou o relator.

Serraglio diz ser simpático à idéia de transformar a CPI dos Correios na CPI da Corrupção, proposta defendida em plenário esta semana pelo senador Alvaro Dias. "Quanto mais CPIs são criadas, mais se divide as perspectivas de análise e de acompanhamento das investigações", concluiu o relator.

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